O debate sobre a criação do Super MEI voltou a ganhar destaque no cenário legislativo brasileiro em 2025. A proposta, que visa estabelecer uma nova categoria para microempreendedores individuais, busca atender uma demanda crescente por maior flexibilidade e incentivo ao empreendedorismo de base. O projeto aguarda votação no Congresso Nacional e tem gerado mobilização de entidades representativas e setores ligados ao microcrédito.
Atualmente, o regime do Microempreendedor Individual (MEI) permite o enquadramento de negócios com faturamento anual de até R$ 81 mil e a contratação de apenas um funcionário. Com o avanço do projeto do Super MEI, a expectativa é de ampliar esse limite para R$ 140 mil anuais e permitir a contratação de até dois empregados, criando uma faixa intermediária entre o MEI tradicional e o Simples Nacional.
O que é o Super MEI e quais mudanças propõe?
O Super MEI surge como uma resposta à necessidade de atualização do regime atual, que não sofre alterações significativas desde 2018. O novo enquadramento propõe não apenas o aumento do teto de faturamento, mas também ajustes na contribuição previdenciária, que passaria de 5% para 8% sobre o salário-mínimo. Essa mudança busca acomodar microempreendedores que já ultrapassam o limite atual, mas ainda não possuem estrutura para migrar para regimes tributários mais complexos.
Além disso, o Super MEI pretende facilitar a transição para o crescimento formal dos pequenos negócios, evitando que empreendedores recorram à informalidade ou à abertura de múltiplos CNPJs para não perderem os benefícios do regime simplificado. A proposta também é vista como uma alternativa para reduzir a carga tributária abrupta enfrentada por quem ultrapassa o limite do MEI tradicional.
Por que o limite do MEI precisa ser atualizado?
Desde 2018, o teto de faturamento do MEI permanece em R$ 81 mil, sem reajustes que acompanhem a inflação ou o crescimento econômico. Essa estagnação gera desafios para quem deseja expandir suas atividades, pois o risco de perder o enquadramento e arcar com tributos mais elevados pode desestimular o desenvolvimento dos pequenos negócios.
- Limitação das vendas: Muitos microempreendedores acabam restringindo suas operações para não ultrapassar o teto.
- Fragmentação de CNPJs: Abertura de empresas em nome de familiares é uma prática comum para manter os benefícios fiscais.
- Manutenção da informalidade: O receio de uma carga tributária maior leva parte dos empreendedores a permanecerem fora da formalização.
Com a criação do Super MEI, espera-se que esses obstáculos sejam minimizados, promovendo um ambiente mais favorável ao crescimento sustentável e à geração de empregos formais.

Como o Super MEI pode impactar o empreendedorismo no Brasil?
Segundo dados atualizados do Portal do Empreendedor, o Brasil conta com mais de 12,2 milhões de microempreendedores individuais formalizados em 2025. A implementação do Super MEI pode beneficiar diretamente uma parcela significativa desses profissionais, especialmente aqueles que já se aproximam do limite de faturamento atual.
O novo regime também é visto como um estímulo ao acesso ao crédito produtivo, já que a formalização em um patamar intermediário reduz riscos para instituições financeiras e amplia a capacidade de pagamento dos empreendedores. Setores como comércio varejista, serviços de beleza, alimentação e manutenção estão entre os mais impactados pela possível mudança.
- Facilitação do crescimento gradual dos negócios.
- Redução da informalidade e aumento da arrecadação tributária.
- Estímulo à geração de empregos e fortalecimento da economia local.
Quais são os próximos passos para a aprovação do Super MEI?
A tramitação do projeto depende da análise em comissões do Senado e da Câmara dos Deputados, além de negociações com a equipe econômica do governo federal. Entidades como a Associação das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da Região Sul do Brasil (AMCRED-SUL) têm pressionado pela aprovação ainda em 2025, com previsão de início de vigência para 2026.
O tema também integra uma agenda mais ampla de revisão do regime do MEI, incluindo propostas de reajuste do teto para R$ 130 mil anuais, atualizações periódicas conforme a inflação e simplificação de obrigações acessórias. O desfecho dessas discussões poderá representar um avanço importante para o ambiente de negócios no país, criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento de microempreendedores e para a formalização de novos negócios.