A proximidade da implementação da reforma tributária tem movimentado empresas de todos os setores, que começam a reorganizar seus processos internos para se adaptar ao novo modelo de tributação sobre consumo. A partir de 2026, o país entra oficialmente no “ano-teste” do novo sistema, com alíquotas simbólicas de 0,9% para a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e 0,1% para o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), segundo o Ministério da Fazenda.
A mudança marca o início de uma das maiores transformações fiscais do país, reunindo cinco tributos — PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS — em um modelo de IVA dual. O novo desenho passa a ser dividido entre a CBS, de competência federal, e o IBS, dividido entre estados e municípios. Outro ponto de atenção para empresas e consumidores é o Imposto Seletivo, previsto para entrar em vigor em 2027, voltado a produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
O cronograma será longo: entre 2029 e 2032, ICMS e ISS serão reduzidos gradualmente, enquanto o IBS aumenta ano a ano. Em 2033, o novo sistema deve entrar em vigência plena, com a extinção definitiva do ICMS, ISS e IPI.
Transição pressiona áreas fiscais e aumenta demanda por organização de dados
Com regras mais rígidas, novas obrigações acessórias e a necessidade de acompanhar diferentes fases de transição, as áreas fiscais têm sido pressionadas a elevar sua capacidade de análise, padronização e controle de informações. Especialistas avaliam que a reforma exigirá um salto tecnológico para que as empresas consigam navegar pelo novo ambiente regulatório.
Nesse contexto, soluções voltadas à eficiência tributária ganham espaço, impulsionadas pela demanda crescente por interpretação de dados, automação e consistência fiscal.
A reorganização trazida pela reforma também tem acelerado a adoção de soluções tecnológicas voltadas à área fiscal. Um exemplo é o movimento do ButtiniMoraes, um dos maiores escritórios especializados em direito tributário e fiscal do país, que passou a integrar tecnologia de inteligência artificial da Microsoft em seus sistemas de apoio jurídico-tributário.
A partir dessa base tecnológica, a empresa desenvolveu o Intelligence BMTax Hub, plataforma criada para realizar análises preditivas, identificar riscos e oportunidades e automatizar etapas operacionais e estratégicas relacionadas à rotina tributária. “A eficiência tributária depende de dados estruturados. Quando a empresa passa a ter clareza sobre seu próprio universo fiscal, ela consegue antecipar riscos, corrigir rotas e tomar decisões com mais precisão”, afirma André Buttini de Moraes, sócio fundador do ButtiniMoraes.
O sistema reúne, em um único ambiente, recursos de aprendizado de máquina, inteligência artificial generativa, análises avançadas de dados e integração com aplicações do setor fiscal. Essa combinação permite escalabilidade e maior capacidade de interpretação de informações, um ponto considerado essencial para empresas que precisarão lidar com diferentes regimes simultâneos durante a transição da reforma.
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