
O CIO e sócio-fundador da Vitreo Gestão, Jojo Wachsmann, falou sobre um fundo não muito convencional, mas que chama atenção dos investidores. Wachsmann classificou que, anteriormente, o investimento era a alternativa mais sofisticada que estava disponível para investidores de altíssimo patrimônio pelo mundo afora.
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Em entrevista exclusiva à BM&C News, Jojo Wachsmann disse que pretende fazer com que o investimento seja democratizado. “O cannabis ativo é um fundo, que a gente já tinha ele em uma versão diluída. O investimento era de 20%, que era o limite que a legislação permitia. Agora através de derivativos conseguiu expandir e fazer com que ele tenha exposição de 100% da tese”, disse.
A ideia de Wachsmann é fazer com que as pessoas invistam em cannabis, de uma forma geral, setor este que está passando por um processo de legalização e aprovação global. “Países como Canadá e Uruguai já são totalmente aprovados ao uso medicinal. O México está em vias de aprovar o uso irrestrito também e nos Estados Unidos que talvez seja o maior mercado, chama mais atenção do mundo todo. São mais de 35 ou 36 estados que já permitem o uso medicinal, mas ainda tem uma proibição no nível federal e essa proibição está prestes a começar a desamarrar”, disse o CIO da Vitreo e acrescentou que o Senado americano está discutindo uma lei que seria o primeiro nó a ser desatado rumo a uma aprovação irrestrita no nível federal dos Estados Unidos.
“Esse é um mercado que tem crescido muito nos últimos anos, então a gente está nessa expectativa que de uma hora para outra o setor todo pode receber uma entrada de recursos, porque vai poder acessar bancos, o setor financeiro, e isso pode realmente mudar de patamar. Então esse tipo de investimento a gente gosta muito”, falou Wachsmann na entrevista.
Além disso, Wachsmann explicou que a aplicação deve pertencer a uma parcela não muito grande dos investimentos, aquela chamada de risco do investidor. “Tem que fazer sentido com o perfil de risco de cada um, mas é uma oportunidade que antes o investidor geral sequer ficava sabendo”, disse.
CIO e sócio-fundador da Vitreo Gestão explicou que o fundo ainda não está disponível no Brasil. A ideia é que a estrutura base da cannabis seja para investir em ações listadas em bolsa.
A Vitreo anunciou recentemente o lançamento do fundo de cobre. A empresa já operava com fundo de urânio e prata. “A gente agora está desenhando um novo fundo de commodities agrícola. O fundo de crédito e de carbono a gente lançou para o público geral também, é algo que está alinhado com uma preocupação com o meio ambiente. A nossa procura é por isso, trazer esses diferentes para o público geral”, ressaltou Wachsmann.
Governo brasileiro conservador
Jojo Wachsmann falou também sobre sua visão diante do governo conservador, na legalização da maconha e nos investimentos em cannabis. “Outro insite que a gente escuta muito dessas pessoas que estão vivendo essa realidade aqui no Brasil é que o fato da gente ter trazido um fundo em que chama atenção, têm espaço na mídia, ajuda um pouco a colocar na pauta esse assunto. É um assunto visto muitas vezes como um tabu, porque logo se misturava tudo e as pessoas acham que é apologia às drogas”, avaliou.
Por fim, Wachsmann acrescentou dizendo que a discussão não tem afetado os fundos da Vitreo e se mostrou esperançoso com o novo investimento: “Torço para que um dia eu possa colocar uma empresa brasileira no nosso fundo, quando ela estiver listada em bolsa, ou aqui ou no exterior”.