Os satélites não caem na Terra porque estão em um estado perpétuo de queda livre ao redor do nosso planeta. Sua incrível velocidade para a frente é perfeitamente equilibrada com a atração da gravidade, o que os força a seguir uma trajetória curva e estável chamada órbita.
O equilíbrio perfeito entre velocidade e gravidade
A física de uma órbita é um balanço delicado. A gravidade da Terra está constantemente puxando o satélite para baixo, da mesma forma que puxa uma maçã de uma árvore. No entanto, o satélite também está se movendo para o lado a uma velocidade altíssima, em torno de 28.000 quilômetros por hora, veja abaixo o vídeo do canal INCRÍVEL:
Essa velocidade lateral é tão grande que, à medida que o satélite cai, a superfície da Terra, por ser curva, se afasta dele na mesma proporção. O resultado é que o satélite está sempre caindo, mas nunca chega a atingir o chão. Ele essencialmente “erra” o planeta continuamente, traçando um caminho circular ou elíptico.
A genialidade do experimento mental de Isaac Newton
O conceito de órbita foi brilhantemente ilustrado pelo físico Sir Isaac Newton com um experimento mental. Ele imaginou um canhão no topo de uma montanha muito alta. Se o canhão disparasse uma bola com pouca pólvora, a gravidade a faria cair perto da base da montanha.
Com mais pólvora, a bola viajaria mais longe antes de cair. Newton raciocinou que, se houvesse uma quantidade perfeita de pólvora, a bola seria disparada com uma velocidade tão grande que, ao cair, a curvatura da Terra se afastaria dela exatamente na mesma taxa. A bola de canhão, então, entraria em órbita, circulando o planeta para sempre.
Por que os satélites precisam estar no vácuo do espaço?
Esse equilíbrio perfeito só é possível no vácuo do espaço porque não há praticamente nenhuma resistência do ar. Se um satélite tentasse orbitar dentro da atmosfera terrestre, a fricção com as moléculas de ar o frearia rapidamente. A perda de velocidade faria com que a gravidade vencesse a disputa, e o satélite cairia em espiral de volta à Terra.
É por isso que os satélites precisam operar em altitudes elevadas, geralmente acima de 200 quilômetros. Nesse ambiente, o arrasto atmosférico é tão baixo que eles podem manter sua velocidade orbital por muitos anos com um mínimo de correção. As chaves para uma órbita estável são:
- Alta velocidade tangencial: A velocidade para o lado que os mantém “errando” a Terra.
- Força da gravidade: A força constante que curva sua trajetória para baixo.
- Ausência de arrasto: A órbita no vácuo do espaço evita o atrito que os frearia.
- Curvatura da Terra: O planeta se curva “para longe” na mesma taxa em que o satélite “cai”.
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O que é a “decaída de órbita” e o fim da vida de um satélite?

Mesmo em altitudes elevadas, as órbitas não são eternas. Existem partículas atmosféricas residuais que, ao longo de muitos anos, criam um arrasto minúsculo, mas constante. Isso gradualmente reduz a velocidade do satélite, fazendo com que sua órbita comece a decair lentamente.
Agências espaciais como a NASA e a ESA monitoram esse processo. No final de sua vida útil, satélites menores são programados para reentrar na atmosfera e queimar de forma segura. Satélites maiores, em órbitas mais altas, são movidos para uma “órbita cemitério”, onde não representam um risco para outros satélites operacionais.
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