Tentar fazer muitas tarefas ao mesmo tempo, um hábito conhecido como multitarefa, na verdade prejudica a memória e o foco. O cérebro humano não foi projetado para isso, resultando em mais erros, menor qualidade e um profundo esgotamento mental.
A ilusão da multitarefa: seu cérebro só tem um foco
A multitarefa é um mito quando se trata de atenção. O cérebro não processa múltiplas tarefas complexas simultaneamente; em vez disso, ele alterna o foco rapidamente entre elas, um processo chamado de “troca de tarefas” (task-switching). Essa alternância constante ocorre no córtex pré-frontal, que tem uma capacidade limitada, veja abaixo o vídeo do canal brunoribeiro:
Cada vez que você muda de uma tarefa para outra, como responder um e-mail durante uma reunião, seu cérebro precisa desengajar de um contexto e carregar o outro. Essa troca constante consome preciosos recursos mentais e impede que você se aprofunde de verdade em qualquer uma das atividades.
Como a multitarefa afeta a memória de curto e longo prazo?
A memória é a maior vítima da multitarefa. Para que uma informação seja armazenada, ela precisa primeiro ser processada pela memória de trabalho (curto prazo) e, em seguida, consolidada na memória de longo prazo. A troca constante de tarefas interrompe esse processo de forma brutal.
Como a atenção está dividida, as informações são processadas de forma superficial, dificultando a formação de memórias de curto prazo robustas. Consequentemente, a consolidação para a memória de longo prazo se torna quase impossível. É por isso que você pode esquecer o que foi dito em uma conversa enquanto mexia no celular.
O “custo da troca” e a perda de eficiência mental
Cada vez que seu cérebro troca de foco, há um “custo de troca”: uma pequena perda de tempo e energia mental. Embora cada troca individual seja rápida, ao longo de um dia de trabalho, esses custos se somam, levando a uma queda significativa na produtividade e a um aumento no número de erros.
Estudos do Dr. Earl Miller, neurocientista do MIT, mostram que a multitarefa pode reduzir a produtividade em até 40%. Em vez de fazer mais, você acaba fazendo várias coisas mal feitas e se sentindo exausto no processo. Os sinais de que a multitarefa está sobrecarregando seu cérebro são claros:
- Esquecer o que ia fazer no meio de uma ação.
- Cometer erros simples em tarefas que você domina.
- Sentir-se mentalmente esgotado mesmo sem ter completado grandes projetos.
- Ter dificuldade para se concentrar em uma única conversa ou leitura.
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Como treinar seu cérebro para o foco único?

A solução para a sobrecarga da multitarefa é praticar o “monotasking”, ou seja, focar em uma única tarefa de cada vez. Desligue as notificações do celular, feche as abas desnecessárias do navegador e dedique blocos de tempo para atividades específicas. Essa prática fortalece as vias neurais associadas à atenção e ao foco profundo.
Técnicas como a do Pomodoro, que intercala 25 minutos de foco intenso com 5 minutos de descanso, podem ajudar a treinar o cérebro a resistir à tentação de alternar tarefas. Com o tempo, você notará uma melhora na sua capacidade de concentração, na qualidade do seu trabalho e, principalmente, na sua memória.
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