No Rio Grande do Sul, a renovação ou obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) passou a custar 4,70% a mais a partir de 1º de fevereiro de 2024. Esse ajuste segue a determinação estadual que vincula a variação ao índice da Unidade de Padrão Fiscal (UPF). Como resultado, houve um aumento significativo na procura por renovações e emissões de primeiras habilitações no estado.
Em cidades como Passo Fundo, houve um notável incremento na demanda. Testemunhou-se o dobro de movimentação nos Centros de Formação de Condutores (CFCs) em janeiro comparado aos outros meses. A tendência é que esse fluxo elevado continue ao menos até março, apontam especialistas do setor.
Como foram os números em Passo Fundo?
No CFC Autotec, situado no centro de Passo Fundo, os pedidos da primeira CNH quase dobraram, saindo de uma média de 130 pedidos mensais para impressionantes 270 em janeiro. Já as renovações, de 600 saltaram para 900 no mesmo período. O principal atrativo para esse aumento foi a possibilidade de pagar valores antigos antes do reajuste.
O diretor-geral do CFC, Antônio Carlos Gonçalves dos Santos, ressaltou a eficiência das campanhas promocionais que encorajaram os clientes a aproveitarem a tarifa anterior. O padrão observado nos últimos anos evidencia que muitos habitantes buscam realizar as pendências da CNH entre janeiro e março, antecipando-se ao novo aumento de preços.
Por que as pessoas decidiram tirar a habilitação antes do reajuste?
A busca por novos motoristas também contemplou a história de Thainara Vieira, uma residente local que aproveitou a janela de oportunidade para tirar a primeira CNH. Thainara, que trabalha como comediante, decidiu que era o momento ideal para garantir mobilidade própria, especialmente em um contexto de possíveis reajustes futuros nos preços das habilitações.
A motivação por trás desse movimento está atribuída à percepção de liberdade e à conveniência econômica, já que muitos preferiram evitar possíveis riscos orçamentários após o aumento dos preços.
Quais são os novos valores para a CNH?
- Categoria A (moto): o preço passou de R$ 2.584,37 para R$ 2.705,84.
- Categoria B (carro): alterado de R$ 2.590,03 para R$ 2.711,91.
- Categoria AB (moto e carro): subiu de R$ 4.363 para R$ 4.568,96.
- Categorias C, D e E (veículos pesados): de R$ 3.042,68 para R$ 3.185,60.
Além disso, para renovações, os valores também se ajustaram: para condutores até 65 anos, o custo foi de R$ 296 para R$ 309, enquanto para aqueles acima de 65 anos, o valor alterou-se de R$ 178 para R$ 186.
O reajuste anual, portanto, não apenas pressionou os preços, mas também impulsionou uma demanda antecipada, colocando os CFCs em um período de intensa atividade nas primeiras semanas do ano.
