O Brasil está envelhecendo e uma cidade do Sul do país desponta como referência em qualidade de vida para pessoas acima dos 60 anos. O movimento faz parte da chamada Economia Prateada, que deve transformar profundamente o mercado imobiliário e de serviços nas próximas décadas.
Entre 2017 e 2022, Santa Catarina recebeu mais de 500 mil novos moradores, segundo o IBGE, impulsionados por migração interna. Nesse cenário, uma capital catarinense se destaca: quase 20% de seus habitantes já têm 60 anos ou mais, proporção acima da média nacional e estadual. As projeções indicam que, até 2045, mais de um quarto da população do estado estará nessa faixa etária.
Do turismo ao Sênior Living
O avanço dessa tendência atraiu empreendedores de diferentes partes do mundo. Daline Hällbom, que já viveu em Dubai e na Suécia, retornou ao Brasil para fundar a Söderhem, primeira empresa nacional a trabalhar exclusivamente com Sênior Living. O conceito, inspirado em modelos do norte da Europa, propõe mais do que moradias adaptadas: cria comunidades com áreas verdes, atividades sociais e serviços de saúde e lazer integrados.
“O envelhecimento populacional é a maior mudança demográfica do século. Quem não se adaptar ficará para trás”, afirma Daline. “O cliente de Sênior Living quer viver com autonomia, cercado de pessoas com interesses semelhantes e sem ter o peso da idade como uma constante.”
A Söderhem, em parceria com a arquiteta Beatriz Pons, radicada na Suécia, planeja lançar seu primeiro projeto em 2026. O empreendimento será instalado em um dos cartões postais da cidade, na Lagoa da Conceição, unindo arquitetura escandinava e hospitalidade brasileira. A proposta é trazer ao Brasil os resultados já observados em países nórdicos, como maior longevidade e qualidade de vida para os moradores.
Com o envelhecimento populacional acelerado e o aumento da busca por qualidade de vida, a cidade escolhida pode se consolidar como vitrine nacional do novo morar 60+. O futuro desse mercado já começou — e todos os olhos estão voltados para o Sul.
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