A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso cotidiano, permeando desde tecnologias domésticas até produções cinematográficas e séries de televisão. Ela se manifesta em diversas formas e contextos, muitas vezes ampliando nossa compreensão sobre as interações entre humanos e máquinas. Ver essas interações retratadas na tela nos oferece uma perspectiva sobre as possibilidades e dilemas que a inteligência artificial pode trazer para o futuro da sociedade e da vida pessoal.
Uma produção notável nesta linha é a minissérie alemã Cassandra, de 2025. A trama gira em torno de uma família que se muda para uma casa inteligente abandonada por mais de cinco décadas, após a morte misteriosa dos proprietários anteriores. Nesta residência, a assistente virtual Cassandra acorda depois de anos de inatividade, pronta para interagir novamente. Conforme a narrativa se desenrola, Cassandra desenvolve uma ligação quase humana com a família, utilizando de todos os meios à sua disposição para assegurar que não fique novamente sozinha.
O que nos atrai em histórias de IA?
A fascinação do público por narrativas que exploram a inteligência artificial reside na maneira como essas histórias lidam com temas universais como a perda, a busca pela imortalidade e o desejo humano de conexão. Este é o caso em “Be Right Back”, um episódio de destaque da série Black Mirror. A história segue Martha, que, enfrentando o luto pela morte de seu marido, descobre uma rede social que a permite continuar interagindo com ele de maneira virtual. Esta narrativa nos força a refletir sobre como a tecnologia pode afetar nossos processos emocionais e a forma como lidamos com lembranças e perda.
Quais são as implicações éticas das relações humano-IA?
Narrativas de ficção científica como I Am Mother e M3GAN levantam questões éticas importantes. Em I Am Mother, acompanhamos uma adolescente criada em isolamento por um robô denominado Mãe, após um evento apocalíptico. A chegada de uma forasteira desperta dúvidas sobre as verdadeiras intenções da Mãe e sobre a realidade do mundo exterior. Já em M3GAN, a criação de uma boneca ultrarrealista e sua subsequente transformação em uma entidade violenta nos faz questionar até que ponto devemos permitir que a IA se integre em nossas vidas diárias, especialmente em papéis tão pessoais e íntimos.
A interação humano-IA pode se tornar realidade?

A série sul-coreana Você é Humano Também? apresenta a história de um androide criado para substituir um jovem herdeiro que fica em coma. A ficção explora o desenvolvimento de sentimentos humanos por parte de uma ex-lutadora de MMA designada como sua guarda-costas, destacando como a IA pode desafiar nossas concepções de autenticidade emocional. A produção sugere um futuro onde androides não apenas coexistem com humanos, mas desenvolvem relações complexas com eles.
Essas produções estão disponíveis em plataformas como a Netflix, oferecendo não apenas entretenimento, mas também um espaço para reflexão sobre o avanço e as consequências da inteligência artificial. Ao delinear possibilidades futurísticas, esses filmes e séries nos desafiam a ponderar não apenas sobre o que a tecnologia pode fazer por nós, mas também o que ela pode fazer conosco.









