O calendário moderno tem meses com 30 e 31 dias como herança das reformas do Império Romano, que tentaram alinhar um sistema lunar com o ano solar. As mudanças foram motivadas por uma mistura de astronomia, superstição e até mesmo pela vaidade de seus imperadores.
A origem está no antigo e confuso calendário romano
A história do calendário começa com os romanos, que inicialmente usavam um sistema lunar com apenas 10 meses, começando em março e terminando em dezembro. Este calendário ignorava os dias de inverno e ficava rapidamente dessincronizado com as estações do ano, gerando uma grande confusão na agricultura e nas festividades.

Para corrigir o problema, o rei Numa Pompílio adicionou os meses de janeiro e fevereiro. No entanto, os romanos consideravam os números pares como fonte de azar, então tentaram fazer com que os meses tivessem um número ímpar de dias (29 ou 31), o que tornou o sistema ainda mais complexo e impreciso.
Como Júlio César organizou a bagunça?
Em 46 a.C., o imperador Júlio César promoveu uma reforma drástica, com a ajuda do astrônomo Sosígenes de Alexandria. Ele abandonou o ciclo lunar e instituiu um calendário puramente solar, com 365,25 dias, criando o ano bissexto a cada quatro anos. Foi a base do sistema que usamos até hoje.
César estabeleceu 12 meses, alternando entre 30 e 31 dias, e renomeou o mês “Quintilis” para “Julius” (Julho) em sua própria homenagem, que ficou com 31 dias. Nessa nova organização, fevereiro ficou com 29 dias nos anos comuns e 30 nos anos bissextos.
A vaidade do imperador Augusto mudou tudo de novo
A simetria do calendário de Júlio César durou pouco. Seu sucessor, César Augusto, também quis um mês em sua homenagem, renomeando “Sextilis” para “Augustus” (Agosto). Segundo uma lenda popularizada pelo estudioso Johannes de Sacrobosco no século XIII, Augusto não aceitou que seu mês tivesse menos dias que o de seu antecessor.
Por pura vaidade, ele teria decretado que agosto também teria 31 dias. Para fazer o ajuste, um dia teria sido retirado de fevereiro, que passou a ter 28 dias, e a ordem dos meses seguintes foi alterada para evitar três meses de 31 dias em sequência. Embora muitos historiadores modernos contestem essa versão, ela se tornou a explicação mais famosa para a irregularidade do nosso calendário.
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Por que fevereiro se tornou o menor dos meses?
Fevereiro sempre foi o “patinho feio” do calendário romano. Por ter sido um dos últimos meses a serem adicionados e por cair no final do inverno, era associado a rituais de purificação e considerado de menor importância. Por isso, ele naturalmente se tornou o mês escolhido para ceder dias sempre que um ajuste era necessário, veja abaixo o vídeo do perfil fatosdesconhecidos no TikTok:
Essa tradição fez com que ele ficasse com apenas 28 dias na maior parte do tempo, uma característica única que sobreviveu a todas as reformas. As principais razões para sua curta duração são:
- Foi um dos últimos meses adicionados ao calendário romano.
- Era considerado um mês de menor importância ou até de azar.
- Historicamente, foi o mês “sacrificado” para ajustar a contagem dos outros.
- Sua curta duração foi mantida nas reformas juliana e gregoriana.
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