A altura da prateleira de um supermercado revela uma poderosa estratégia de marketing, onde produtos na linha de visão geralmente custam mais caro. Marcas pagam valores elevados por esse espaço, influenciando sua decisão de compra de forma sutil.
A “zona nobre” fica exatamente na altura dos seus olhos
A estratégia de marketing mais fundamental em um supermercado é conhecida como “eye-level is buy-level” (nível do olho é nível de compra). As prateleiras que ficam diretamente na linha de visão de um adulto, entre 1,50 m e 1,70 m do chão, são o espaço mais valioso e disputado de toda a loja, veja abaixo o vídeo do perfil Pedrodellanora:
Produtos posicionados ali tendem a ser de marcas líderes, lançamentos ou aqueles com as maiores margens de lucro para o varejista. A conveniência de simplesmente esticar o braço e pegar o item, sem esforço, faz com que os consumidores os percebam como a escolha padrão ou a mais popular.
Por que as marcas mais baratas ficam escondidas?
As marcas mais baratas e os produtos de marca própria raramente ocupam a zona nobre, sendo estrategicamente colocados nas prateleiras mais altas ou mais baixas. Isso acontece porque o consumidor que busca economia já está disposto a fazer um esforço extra, como se agachar ou ficar na ponta dos pés, para comparar preços.
Essa organização não é aleatória e segue uma hierarquia de preços e popularidade, muitas vezes definida por taxas pagas pelos fabricantes, conhecidas como “taxas de posicionamento”. A lógica da gôndola geralmente se divide da seguinte forma:
- Prateleiras superiores: Produtos de nicho, importados ou com menor volume de vendas.
- Altura dos olhos: Marcas líderes, produtos mais vendidos e de maior margem de lucro.
- Altura das mãos das crianças: Cereais açucarados, doces e produtos voltados para o público infantil.
- Prateleiras inferiores: Marcas genéricas, produtos mais baratos e embalagens de tamanho econômico.
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A psicologia por trás da organização da loja
A ciência do consumo por trás da organização de uma loja é chamada de planograma. Trata-se de um mapa detalhado que dita a localização exata de cada item para maximizar as vendas. Nada é deixado ao acaso, desde a posição na gôndola até a localização do corredor dentro da loja.
O especialista em comportamento do consumidor Paco Underhill, autor do livro “Vamos às Compras”, explica que os clientes tendem a seguir padrões previsíveis. Por isso, itens de primeira necessidade, como leite e pão, são frequentemente colocados no fundo da loja, forçando o cliente a percorrer todo o espaço e ser exposto a mais produtos.
Como usar essa informação para economizar dinheiro?

Entender a estratégia das prateleiras transforma você em um consumidor mais consciente e pode gerar uma economia significativa. A dica mais simples e eficaz é criar o hábito de “escanear a gôndola inteira”, ou seja, olhar ativamente para cima e para baixo antes de tomar uma decisão.
Ao comparar os produtos que estão fora da sua linha de visão direta, você frequentemente encontrará alternativas de qualidade similar por um preço muito menor. Lembre-se: o produto mais fácil de pegar é, muitas vezes, o que o supermercado mais quer que você compre, não necessariamente o melhor para o seu bolso.
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