A sensação de que o tempo acelera após os 25 anos é uma ilusão da memória, explicada pela psicologia. Na juventude, a vida é cheia de experiências novas que o cérebro registra detalhadamente; na vida adulta, a rotina faz com que os dias se fundam, criando menos marcadores de memória.
A novidade e as ‘primeiras vezes’ alongam o tempo
O cérebro processa o tempo com base na quantidade de informações novas que ele precisa absorver. Durante a infância e a adolescência, quase tudo é uma “primeira vez”: o primeiro dia na escola, a primeira viagem, o primeiro beijo. Cada uma dessas experiências exige muita atenção e energia mental, veja abaixo o vídeo do perfil @drmarcelosgoulart:
Essa alta densidade de novas informações cria memórias ricas e detalhadas. Ao olharmos para trás, esses períodos parecem ter durado muito mais tempo simplesmente porque estão repletos de “âncoras” de memória distintas e significativas.
Como a rotina da vida adulta comprime nossa percepção do tempo?
Na vida adulta, especialmente após os 25 anos, a rotina tende a se instalar. O caminho para o trabalho, as tarefas diárias e os fins de semana muitas vezes se tornam previsíveis e repetitivos. Para o cérebro, não há muitas informações novas para processar.
Ele entra em “modo de economia de energia”, agrupando dias, semanas e até meses de experiências semelhantes em um único bloco de memória. Como explica o neurocientista David Eagleman, o tempo parece acelerar porque, em retrospecto, não há nada de novo para lembrar. A rotina nos rouba os marcadores temporais. Isso ocorre porque:
- Há uma drástica redução de experiências novas e marcantes;
- As tarefas diárias se tornam automáticas e exigem pouca atenção consciente;
- O cérebro para de registrar detalhes repetitivos para economizar recursos;
- Os anos se fundem em uma sequência de eventos semelhantes, sem momentos únicos para se destacar.
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A ‘teoria proporcional’ também oferece uma explicação

Outra explicação, mais matemática, é a teoria proporcional da percepção do tempo. Essa teoria sugere que percebemos a duração de um período de tempo em relação ao tempo total que já vivemos. A lógica é simples e poderosa.
Para uma criança de 5 anos, um ano representa 20% de toda a sua vida, uma fração enorme e muito significativa. Para um adulto de 50 anos, o mesmo ano representa apenas 2% de sua vida, uma fatia muito menor, fazendo com que pareça passar muito mais rápido.
Gostou de entender por que o tempo parece voar? A dica é buscar novas experiências! Compartilhe com alguém que também sente os anos passando cada vez mais rápido.








