Sentimos mais fome em dias chuvosos devido a uma combinação de gatilhos psicológicos e fisiológicos. A falta de luz solar pode diminuir nosso humor, levando o cérebro a buscar um aumento de serotonina em alimentos reconfortantes, especialmente carboidratos.
A falta de luz solar afeta diretamente nosso humor
A luz solar desempenha um papel crucial na produção de serotonina, um neurotransmissor que regula o humor, o apetite e o sono. Em dias nublados e chuvosos, a menor exposição à luz pode causar uma queda nos níveis de serotonina, resultando em sentimentos de letargia, tristeza e até mesmo preguiça, veja abaixo o vídeo do perfil @dr.kleberreinert:
Nosso cérebro, em uma tentativa de se “automedicar” e restaurar o equilíbrio químico, envia sinais que nos levam a desejar alimentos que possam proporcionar um rápido aumento dessa substância. É a base do que chamamos de “fome emocional”.
O desejo por carboidratos é uma busca por conforto químico
O desejo por carboidratos em dias cinzentos não é aleatório. Alimentos ricos em carboidratos e açúcares estimulam a produção de insulina, que por sua vez facilita a entrada de triptofano no cérebro. O triptofano é o aminoácido precursor da serotonina.
Essa é a razão pela qual uma fatia de bolo ou um prato de massa parecem tão irresistíveis quando o tempo está feio: eles são uma forma rápida de obter um impulso de bem-estar. Esse mecanismo de recompensa cria um ciclo de comportamento aprendido. O processo funciona assim:
- A falta de sol diminui os níveis de serotonina no cérebro;
- O cérebro gera um desejo por alimentos que possam reverter isso;
- O consumo de carboidratos eleva o triptofano e, consequentemente, a serotonina;
- O resultado é uma sensação temporária de calma e conforto.
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A temperatura mais baixa exige mais energia do corpo
Além do fator psicológico, existe uma razão fisiológica. Dias chuvosos costumam ser mais frios, e o corpo precisa gastar mais energia para manter sua temperatura interna estável, um processo chamado termogênese. Esse gasto calórico extra pode se traduzir em um aumento genuíno da fome.
É um instinto de sobrevivência herdado de nossos ancestrais: o corpo pede alimentos mais calóricos para gerar calor interno e estocar energia. Por isso, sopas quentes, assados e outras comidas “pesadas” se tornam particularmente atraentes.
O tédio e os hábitos culturais reforçam o comportamento

Dias de chuva geralmente significam ficar em casa, o que pode levar ao tédio. Muitas vezes, confundimos o tédio com a fome e comemos simplesmente por falta de outra estimulação. A cozinha se torna uma fonte fácil de entretenimento e gratificação.
Nossos hábitos culturais também desempenham um papel enorme. Somos condicionados a associar o tempo chuvoso com atividades como “filme e pipoca” ou “café da tarde com bolo”. Essas associações são poderosas e ativam o desejo por comida de forma quase automática. Os gatilhos sociais incluem:
- Memórias afetivas de infância com comidas específicas em dias de chuva;
- O tédio e a proximidade com a geladeira ao ficar preso em casa;
- Associações culturais que ligam chuva a “comfort food”;
- O ato de comer como uma forma de quebrar a monotonia do dia.
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