O corpo da abelha sofre uma mutilação fatal após a ferroada em humanos porque seu ferrão farpado fica preso em nossa pele elástica, arrancando parte de seus órgãos internos. Este é um ato de sacrifício final, que ocorre especificamente com as abelhas produtoras de mel.
O ferrão farpado é a causa da morte inevitável
O ferrão da abelha-europeia (Apis mellifera) é uma estrutura complexa, semelhante a um arpão com farpas voltadas para trás. Essa anatomia é perfeita para perfurar o exoesqueleto de outros insetos, permitindo que a abelha retire o ferrão sem se ferir. No entanto, a pele humana é elástica e prende essas farpas firmemente.

Quando a abelha tenta voar para longe após a picada, ela não consegue soltar o ferrão. A força de sua tentativa de fuga é tão grande que acaba rasgando seu próprio abdômen, um ferimento catastrófico do qual ela não pode se recuperar.
Quais órgãos são arrancados junto com o ferrão?
A evisceração que a abelha sofre é devastadora. O ferrão não se desprende sozinho; ele leva consigo uma parte significativa do sistema digestivo, músculos e nervos da abelha. O saco de veneno também fica para trás, continuando a bombear peçonha na vítima mesmo após a partida da abelha, veja abaixo o vídeo do canal DrMagno:
Esse rompimento abdominal leva à morte da abelha em questão de minutos, devido à perda de fluidos e à falha dos órgãos. As partes do corpo que são arrancadas no processo incluem:
- O próprio ferrão com suas farpas;
- O saco de veneno, que continua pulsando;
- Parte do trato digestivo da abelha;
- Músculos e gânglios nervosos do abdômen.
É um sacrifício final em defesa da colmeia
Este ato suicida é um exemplo extremo de altruísmo no reino animal. As abelhas operárias são geneticamente programadas para colocar a sobrevivência da colmeia acima de sua própria vida. A ferroada é um último recurso, usado apenas quando a abelha percebe uma ameaça grave ao seu ninho.
Durante a ferroada, a abelha libera feromônios de alarme, um sinal químico que alerta outras abelhas na área. Esse cheiro, semelhante ao de banana, incita as companheiras a se juntarem à defesa, atacando o mesmo alvo para proteger a rainha e as larvas.
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Todas as abelhas morrem ao picar?
Não, e esta é uma distinção importante. A morte após a picada é uma característica quase exclusiva das abelhas-europeias ao picar mamíferos. A maioria das outras espécies de abelhas, vespas e marimbondos possui ferrões lisos, que podem ser usados para picar várias vezes sem causar danos a si mesmas.
Os zangões (abelhas macho) nem sequer possuem ferrão. Portanto, a ideia de que “uma picada e a abelha morre” é uma generalização que não se aplica a todo o universo desses insetos. A regra varia bastante:
- Abelhas-europeias (melíferas): Morrem ao picar mamíferos, mas não ao picar outros insetos.
- Mamangavas e abelhas nativas: Não morrem, seus ferrões são diferentes.
- Vespas e Marimbondos: Não morrem, possuem ferrões lisos e podem picar repetidamente.
- Zangões (abelhas macho): Não possuem ferrão.
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