O pavor que os gatos têm de pepinos não é sobre o vegetal em si, mas sim sobre o elemento surpresa que aciona seu instinto de sobrevivência. A aparição súbita de um objeto desconhecido em seu território seguro é interpretada como uma ameaça mortal, gerando uma reação de pânico.
A reação é um reflexo de sobressalto, não um medo do vegetal
O reflexo de sobressalto em um gato é um mecanismo de defesa extremamente apurado. Como predadores e presas na natureza, eles estão programados para reagir instantaneamente a qualquer estímulo inesperado. Nos vídeos virais, os pepinos são colocados sorrateiramente atrás dos gatos enquanto eles estão distraídos, geralmente comendo, veja abaixo o gato em contato com pepino no canal moniquecruz1327:
Quando o felino se vira e se depara com um objeto que não estava lá segundos antes, seu cérebro não tem tempo para processar o que é aquilo. A resposta imediata e instintiva é saltar e fugir para uma distância segura, de onde ele possa reavaliar a situação. O mesmo pânico poderia ser causado por uma banana ou uma abobrinha.
A forma do pepino se assemelha a um predador ancestral?
A teoria mais aceita entre os especialistas em comportamento animal é que a forma do pepino se assemelha à de uma cobra. Cobras são predadores naturais de pequenos mamíferos, incluindo os ancestrais dos gatos domésticos. Esse medo é tão primordial que está gravado em seu DNA.

O Dr. Con Slobodchikoff, um especialista em comportamento animal, explica que a cor verde e o formato alongado do pepino são suficientes para acionar esse gatilho instintivo. O gato não vê um pepino; ele vê a silhueta de uma ameaça mortal e reage com a única intenção de sobreviver.
Por que essa ‘brincadeira’ é perigosa para a saúde do seu gato?
Apesar de parecer engraçado, assustar um gato propositalmente com um pepino é extremamente prejudicial à sua saúde física e mental. Induzir um estresse tão agudo pode levar a consequências sérias, que vão muito além do susto momentâneo. Essa prática é fortemente desaconselhada por veterinários e comportamentalistas.
Um gato em pânico pode se machucar gravemente ao saltar descontroladamente, batendo em móveis ou paredes. Além disso, associar sua área de alimentação, que deveria ser o local mais seguro da casa, a um evento traumático pode gerar ansiedade crônica e problemas comportamentais. Os riscos incluem:
- Estresse e ansiedade prolongados;
- Lesões físicas durante a fuga em pânico;
- Desenvolvimento de problemas comportamentais, como agressividade;
- Aversão à área de alimentação, levando a problemas nutricionais.
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O fator novidade em um ambiente seguro é a chave do problema
Gatos são animais territorialistas e metódicos. Eles mapeiam cada centímetro de seu ambiente e memorizam a posição dos objetos. Qualquer alteração, por menor que seja, é notada. A presença de um objeto novo e estranho, especialmente de forma súbita, quebra essa sensação de segurança.
O pavor não é do pepino em si. Se o gato visse o dono se aproximando com o vegetal na mão, sua reação provavelmente seria de curiosidade, não de medo. O problema é a violação de seu espaço seguro de forma silenciosa e inesperada, o que para um animal com instintos de caça e sobrevivência é o sinal clássico de uma emboscada.
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