O estresse crônico faz o cabelo cair e as unhas enfraquecerem porque aciona um estado de alerta no corpo. Em resposta, o organismo desvia nutrientes e energia de funções “não essenciais”, como o crescimento capilar, para focar na sobrevivência imediata.
A resposta de “luta ou fuga” desliga funções secundárias
Psicologicamente, o estresse é a resposta do cérebro a uma ameaça percebida, seja ela real ou não. Quando estamos sob pressão constante, nosso corpo ativa o sistema de “luta ou fuga”, liberando hormônios como o cortisol e a adrenalina para nos preparar para a ação
Nesse modo de sobrevivência, o corpo otimiza recursos de forma radical. O fluxo sanguíneo e os nutrientes vitais são direcionados para os músculos e órgãos vitais. Funções consideradas um “luxo” metabólico, como a construção de fios de cabelo e unhas fortes, são temporariamente suspensas ou reduzidas, Confira o vídeo abaixo com os efeitos do estresse crônico:
Como o estresse impacta o ciclo de crescimento do cabelo?
O impacto do estresse no cabelo tem um nome clínico: Eflúvio Telógeno. O que acontece é que um número significativo de folículos capilares é empurrado prematuramente para a fase de repouso (telógena) do ciclo de crescimento. O cabelo para de crescer e, cerca de três meses após o evento estressante, começa a cair em grande quantidade.
Essa queda acentuada não é imediata, o que muitas vezes dificulta a associação da causa ao efeito. A American Academy of Dermatology confirma que picos de cortisol podem interromper o ciclo capilar, levando a uma perda de cabelo difusa e assustadora. O processo se resume a:
- O corpo entra em alerta máximo devido ao estresse.
- O cortisol sinaliza para os folículos capilares entrarem na fase de “descanso”.
- O crescimento de novos fios é interrompido temporariamente.
- Meses depois, os fios em repouso caem para dar lugar a um novo ciclo.
E por que as unhas se tornam fracas e quebradiças?
A lógica para as unhas fracas é muito semelhante. As unhas são compostas de queratina, uma proteína cuja produção depende de um fornecimento constante de vitaminas e minerais, como biotina e zinco. O estresse crônico compromete a absorção e o direcionamento desses nutrientes.
Com menos “matéria-prima” disponível, o corpo produz lâminas de queratina mais finas e frágeis, resultando em unhas que lascam e quebram com facilidade. Em casos de estresse agudo ou choque emocional, podem até surgir sulcos horizontais conhecidos como linhas de Beau, marcando fisicamente o período em que o crescimento foi interrompido.
A boa notícia é que esses efeitos são reversíveis

Felizmente, tanto a queda de cabelo quanto o enfraquecimento das unhas induzidos pelo estresse são, na maioria dos casos, temporários. A chave para a recuperação não está em tratamentos cosméticos, mas sim na gestão da causa raiz: o estresse psicológico.
Quando o nível de estresse diminui, o corpo entende que a “ameaça” passou e pode voltar a alocar recursos para suas funções normais. O ciclo de crescimento do cabelo é retomado e as unhas voltam a crescer mais fortes. Estratégias como terapia, meditação, exercícios físicos e uma dieta equilibrada são fundamentais para acelerar esse processo de recuperação.
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