No Polo Sul geográfico, uma bússola comum se torna praticamente inútil para navegação. A agulha fica desorientada ou aponta para baixo, pois as linhas do campo magnético da Terra entram no planeta de forma quase vertical.
A grande diferença entre Polo Sul geográfico e magnético
O primeiro ponto a entender é que o Polo Sul geográfico (o eixo de rotação da Terra) e o Polo Sul magnético não estão no mesmo lugar. A bússola aponta para o Polo Sul magnético, que é um ponto flutuante localizado a centenas de quilômetros de distância do polo geográfico, na costa da Antártida.
Essa diferença cria um desafio para a navegação em qualquer lugar do planeta, mas se torna extrema nas regiões polares. A agulha de uma bússola é projetada para se alinhar horizontalmente com as linhas do campo magnético, um sistema que falha drasticamente quando você está em cima de um dos polos magnéticos.
Por que a agulha da bússola fica tão confusa?
O campo magnético da Terra emerge do Polo Sul magnético e entra no Polo Norte magnético em um grande arco. Nos polos, essas linhas de campo são quase perpendiculares à superfície. Uma bússola padrão, feita para detectar a componente horizontal do campo, simplesmente não consegue funcionar corretamente.
Ela tenta se alinhar com um campo que aponta para o chão, resultando em um comportamento errático. Em vez de indicar uma direção norte-sul clara, a agulha fica fraca e pode até ser mais influenciada por depósitos minerais locais do que pelo campo magnético global. Os principais efeitos são:
- A agulha tenta mergulhar, apontando para o gelo;
- O movimento se torna lento, instável e pouco confiável;
- A bússola perde sua função de indicar o norte e o sul;
- Fica suscetível a pequenas anomalias magnéticas locais.
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Como os exploradores e cientistas navegam na Antártida?

Para navegar na Antártida, exploradores e cientistas dependem de tecnologias muito mais avançadas. O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é a ferramenta primária hoje, pois se baseia em sinais de satélite e não é afetado pelo magnetismo terrestre.
Historicamente, exploradores como Roald Amundsen e Robert Falcon Scott usavam a navegação celestial (observando a posição do Sol) e cronômetros precisos para calcular sua longitude. Eles sabiam que as bússolas seriam inúteis e planejaram suas expedições épicas com base nesses métodos alternativos.
O comportamento é o mesmo no Polo Norte?
Sim, o fenômeno no Polo Norte é muito semelhante. Próximo ao Polo Norte magnético, a agulha da bússola também tentará apontar para baixo, mergulhando em direção ao centro da Terra. A navegação com bússolas magnéticas em ambas as regiões polares é, portanto, extremamente impraticável, No vídeo abaixo o Iberê explica o funcionamento da bússola no polo norte:
Conforme monitorado por agências como a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), os polos magnéticos estão em constante movimento. Essa migração torna o uso de mapas de declinação magnética ainda mais complexo nessas áreas extremas do globo.
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