Quando seu corpo é atingido por um raio, ele sofre uma descarga elétrica massiva que pode causar parada cardíaca, queimaduras graves e danos neurológicos. A energia viaja pelo corpo em milissegundos, interrompendo processos vitais.
O impacto imediato da descarga elétrica no corpo humano
O impacto imediato de um raio é avassalador devido à imensa quantidade de energia liberada em uma fração de segundo. A principal causa de morte é a parada cardíaca, pois a corrente elétrica desregula completamente o ritmo natural do coração. O calor intenso também pode causar queimaduras severas nos pontos de entrada e saída da corrente.
Muitas vezes, a maior parte da eletricidade não penetra profundamente no corpo, mas viaja pela sua superfície em um fenômeno chamado flashover. Isso cria um tipo de “gaiola” de energia ao redor da pessoa, o que, paradoxalmente, é um dos principais motivos pelos quais a taxa de sobrevivência é relativamente alta.
Quais são os tipos de ferimentos causados por um raio?
Os ferimentos causados por raios são únicos e podem afetar múltiplos sistemas do corpo simultaneamente. Além da parada cardíaca, a força da onda de choque gerada pelo trovão pode causar danos de concussão, como a ruptura dos tímpanos, mesmo que a pessoa não seja atingida diretamente.
As queimaduras também são distintas. Em alguns casos, as vítimas desenvolvem as chamadas figuras de Lichtenberg, padrões semelhantes a samambaias que se formam na pele devido à ruptura de capilares sanguíneos. Embora assustadoras, essas marcas geralmente desaparecem em dias. Os tipos de lesões mais comuns incluem:
- Queimaduras na pele, incluindo as raras figuras de Lichtenberg;
- Danos neurológicos como confusão, amnésia e convulsões;
- Lesões oculares, como catarata, e ruptura dos tímpanos;
- Fraturas ósseas e lesões internas devido à contração muscular violenta.
Os efeitos neurológicos podem ser permanentes

Os efeitos neurológicos de um raio são frequentemente as consequências mais duradouras e debilitantes para os sobreviventes. A descarga elétrica pode “religar” o sistema nervoso, causando uma condição conhecida como keraunoparalisia, uma paralisia temporária acompanhada de palidez e ausência de pulso nos membros, que pode ser confundida com a morte.
A longo prazo, muitos sobreviventes relatam dores crônicas, distúrbios do sono, dificuldade de concentração e alterações de personalidade. A Dra. Mary Ann Cooper, uma das maiores especialistas do mundo em lesões por raios, destacou que o dano cerebral sutil é comum, afetando a memória e a capacidade de realizar múltiplas tarefas.
É verdade que a maioria das pessoas sobrevive?
Surpreendentemente, a taxa de sobrevivência a um raio é alta, estimada em cerca de 90%, segundo dados de agências como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Como mencionado, o fenômeno de flashover é um fator crucial, pois desvia a maior parte da corrente letal da passagem pelos órgãos internos, como o coração.
A prova viva dessa estatística é o guarda florestal Roy Sullivan, que entrou para o Guinness World Records por ter sido atingido por raios em sete ocasiões diferentes e sobrevivido a todas elas. Sua história, embora extrema, ilustra que a sobrevivência, embora muitas vezes com sequelas, é mais regra do que exceção, A seguir um vídeo sobre essa história surpreendente:
Mitos comuns sobre ser atingido por um raio
Existem muitos mitos sobre raios que podem ser perigosos. Um dos mais difundidos é que uma vítima de raio permanece eletrificada e não pode ser tocada. Isso é completamente falso; o corpo humano não armazena eletricidade, e prestar os primeiros socorros imediatamente, como a reanimação cardiopulmonar (RCP), pode salvar uma vida.
Outro mito é que os pneus de borracha de um carro protegem você do raio. Na verdade, é a estrutura metálica do veículo que age como uma Gaiola de Faraday, conduzindo a eletricidade ao redor dos ocupantes e para o solo. Por isso, um carro de metal fechado é um dos locais mais seguros durante uma tempestade.
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