O aclamado diretor Quentin Tarantino, conhecido por sua cinefilia enciclopédica, revelou em uma entrevista a lista dos que ele considera os sete únicos “filmes perfeitos” já feitos, incluindo clássicos como “Tubarão” e “O Exorcista”, que se destacam por sua execução impecável do início ao fim.
O que torna um filme “perfeito” na visão de Tarantino?
Para Quentin Tarantino, um “filme perfeito” não é necessariamente o melhor filme de todos os tempos, mas sim uma obra cinematográfica que atinge seus objetivos de forma impecável, sem falhas em sua estrutura, roteiro, direção ou performances. São filmes onde cada cena, diálogo e decisão criativa parecem inevitáveis e perfeitamente encaixados, criando uma experiência coesa e inesquecível.
Sua definição valoriza a habilidade do filme em construir e manter seu próprio universo e suas regras, independentemente do gênero. A “perfeição” para ele reside na execução magistral de uma visão, onde não há nada a ser adicionado ou removido. É a ausência de “gordura” ou momentos fracos que eleva essas obras a um patamar de excelência técnica e artística.
“Tubarão” (1975): a obra-prima que redefiniu o cinema
Dirigido por um jovem Steven Spielberg, “Tubarão” é frequentemente citado por Tarantino como o exemplo máximo de um filme perfeito, e talvez o maior filme já feito. Ele argumenta que a obra não tem uma única falha. A direção magistral cria um suspense insuportável, muitas vezes sem mostrar o tubarão, usando a brilhante trilha sonora de John Williams para criar o terror.
Apesar dos problemas notórios de produção, como o mau funcionamento do tubarão mecânico, o resultado final é uma narrativa enxuta e poderosa. Cada personagem é bem desenvolvido, e o roteiro avança com uma precisão cirúrgica, tornando-o um estudo de caso sobre como construir tensão e contar uma história visualmente impactante.
“O Massacre da Serra Elétrica” (1974): o terror em sua forma mais pura
Embora controverso na época de seu lançamento, “O Massacre da Serra Elétrica”, de Tobe Hooper, é outro filme que Tarantino considera perfeito. Ele o descreve como um filme que atinge uma nota de terror visceral e não a abandona por um segundo. A perfeição aqui não está na elegância, mas na sua brutalidade implacável e na sua capacidade de criar uma atmosfera de pesadelo genuíno.
O filme se destaca por sua crueza e por sugerir muito mais violência do que realmente mostra, deixando o horror se construir na mente do espectador. Para Tarantino, é um dos poucos filmes que podem ser comparados a um sonho febril, uma experiência cinematográfica que te agarra e não te solta.
A lista completa: quais outros filmes entraram no seleto grupo?
Além dos dois já mencionados, a lista de Tarantino inclui uma variedade de gêneros que demonstram sua apreciação por diferentes estilos de cinema. A tabela abaixo resume os sete filmes que, segundo ele, alcançaram a perfeição cinematográfica, cada um por suas próprias razões.
| Filme | Ano de Lançamento | Diretor | Por que é perfeito, segundo Tarantino? |
|---|---|---|---|
| Tubarão | 1975 | Steven Spielberg | Execução impecável de suspense e narrativa; sem uma única cena ruim. |
| O Exorcista | 1973 | William Friedkin | Construção de atmosfera e tensão que transcende o gênero de terror. |
| O Massacre da Serra Elétrica | 1974 | Tobe Hooper | Atinge uma nota de terror puro e a mantém do início ao fim, sem alívio. |
| Annie Hall (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa) | 1977 | Woody Allen | Revolucionou a comédia romântica com sua estrutura não linear e diálogos brilhantes. |
| O Jovem Frankenstein | 1974 | Mel Brooks | Uma paródia que não apenas é hilária, mas também respeita e homenageia o material original. |
| De Volta para o Futuro | 1985 | Robert Zemeckis | Um roteiro perfeitamente construído, onde cada elemento se encaixa sem falhas. |
| The Wild Bunch (Meu Ódio Será Sua Herança) | 1969 | Sam Peckinpah | Embora não seja perfeito, Tarantino o considera tão monumental que o inclui na lista. |
Por que “De Volta para o Futuro” e “O Exorcista” estão na lista?

“De Volta para o Futuro” é elogiado por Tarantino principalmente por seu roteiro, que ele considera um dos mais bem escritos da história. Cada detalhe apresentado no primeiro ato do filme é crucial para a resolução no terceiro ato, criando uma estrutura perfeitamente amarrada, sem pontas soltas. É um exemplo de como a comédia e a ficção científica podem ser combinadas de forma inteligente e satisfatória.
Já “O Exorcista”, para ele, transcende o gênero de terror. A direção de William Friedkin cria uma atmosfera de pavor que se infiltra lentamente no espectador, focando no drama familiar e na crise de fé antes mesmo de mergulhar no sobrenatural. É um filme que leva seu tema a sério, tratando-o com uma gravidade que o torna aterrorizante em um nível muito mais profundo.
Leia também: 5 filmes surpreendentes da Netflix para um Halloween fora do comum – BMC NEWS






