O ketchup, um dos condimentos mais populares do mundo atualmente, já possuiu uma função bastante inusitada em tempos passados. Na primeira metade do século XIX, esse molho à base de tomate foi comercializado como remédio. Acreditava-se que ele possuía propriedades medicinais que poderiam tratar uma variedade de doenças, de mal-estar digestivo a problemas biliares.
Antes de se tornar o molho adorado em sanduíches e batatas fritas, o ketchup passou por diversas transformações. Originalmente, versões muito anteriores vinham da Ásia, feitas à base de peixes fermentados, e só ganharam sua forma com tomates no Ocidente por volta do século XIX. Essa adaptação do ketchup com tomate foi parcialmente influenciada pelas mudanças nos costumes alimentares e pela redescoberta dos benefícios nutricionais do tomate, que por muito tempo foi considerado até mesmo tóxico em algumas regiões.
Como o ketchup se tornou um “remédio”?
A percepção do ketchup como um medicamento se deve, em grande parte, ao Dr. John Cook Bennett, um médico de Ohio. Em 1834, ele começou a promover o ketchup como uma panaceia capaz de curar males do estômago e outros problemas de saúde.
Publicações da época atribuíram essas supostas capacidades curativas aos nutrientes presentes nos tomates, que só vieram a ser mais plenamente entendidos muito tempo depois.
Quais ingredientes componham o ketchup medicinal?
Embora os ingredientes básicos do moderno já estivessem presentes na fórmula original, a versão medicinal incluía alguns elementos específicos que visavam reforçar suas propriedades terapêuticas.
A receita continha tomates frescos, especiarias como cravo e canela, e, por vezes, era misturada com álcool para criar um elixir mais potente. Essa formulação nasceu de um misto de curiosidade científica e falta de regulamentação farmacêutica da época.

Por que o ketchup deixou de ser medicamento?
A popularidade do ketchup como medicamento não durou muito tempo. Com o avanço da ciência médica e o surgimento de novos remédios mais eficazes, ele perdeu sua reputação de cura milagrosa.
Além disso, o fato de que a pasteurização e os métodos modernos de conservação melhoraram, ajudou a difundir o ketchup como um simples condimento alimentar. A partir do final do século XIX, ele já era amplamente reconhecido pelo que é hoje: um complemento saboroso para diversas refeições.
O impacto do ketchup na história alimentar
Mesmo após o fim de sua fama como remédio, o ketchup continuou a moldar a culinária ocidental. A massificação do produto foi impulsionada por empresas como a H. J. Heinz Company, que padronizou e popularizou o uso em larga escala.
Além disso, esse episódio peculiar da história evidenciou como os hábitos alimentares estão profundamente interligados com questões culturais e temporais, revelando que o significado dos alimentos pode variar significativamente ao longo do tempo.
Qual o legado do ketchup hoje?
- O ketchup é um exemplo marcante de como a percepção sobre alimentos pode variar ao longo do tempo.
- Seu uso como medicamento reflete a curiosidade científica do século XIX, bem como as limitações da época em relação ao entendimento nutricional.
- Hoje, ele é amplamente aceito como um condimento saboroso, mas a história não convencional de seus usos destaca a evolução cultural e científica da sociedade.










