O calafrio que sentimos ao imaginar algo assustador é uma resposta psicofisiológica, um eco de nossos instintos de sobrevivência mais primitivos. A psicologia explica que é uma manifestação física da resposta de “luta ou fuga”, mesmo que a ameaça exista apenas em nossa mente.
A resposta primitiva do nosso corpo ao medo
O arrepio, conhecido cientificamente como piloereção, é um reflexo involuntário controlado pelo sistema nervoso simpático. Quando nosso cérebro percebe uma ameaça, ele se prepara para uma ação intensa, e uma das primeiras reações é a contração dos pequenos músculos na base de cada pelo do corpo, veja abaixo o vídeo do canal Guilherme Silveira I Biologia ENEM (@profguisilveira):
Esse calafrio é uma resposta vestigial, uma herança de nossos ancestrais peludos. Para eles, eriçar os pelos servia a dois propósitos: criar uma camada de ar isolante para reter calor e fazer o animal parecer maior e mais intimidante para um predador.
Como o cérebro reage a uma ameaça imaginária?
A parte mais fascinante é que o cérebro não distingue bem uma ameaça real de uma imaginária. A amígdala, o centro do medo no cérebro, pode ser ativada tanto pela visão de um perigo real quanto pela simples imaginação de uma cena assustadora ao ler um livro ou assistir a um filme de terror.
Quando você imagina uma situação de perigo, a amígdala dispara os mesmos alarmes que dispararia se o perigo fosse real. Isso desencadeia a cascata de reações físicas, incluindo o arrepio, mesmo que você esteja perfeitamente seguro em seu sofá.
A liberação de adrenalina é a chave do processo
A adrenalina é o hormônio central na resposta ao medo. Assim que a amígdala dá o sinal, as glândulas suprarrenais liberam adrenalina na corrente sanguínea, preparando o corpo para a ação. É essa descarga de adrenalina que causa o calafrio e o arrepio.
Além do arrepio, a adrenalina também causa o aumento da frequência cardíaca, a aceleração da respiração e o desvio do sangue para os músculos maiores. É uma preparação completa do corpo para lutar ou fugir, mesmo que a única “ameaça” seja um pensamento assustador.
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O calafrio como uma forma de “febre emocional”

Alguns psicólogos descrevem o calafrio do medo como uma espécie de “febre emocional”. Assim como uma febre real envolve tremores para aumentar a temperatura corporal e combater uma infecção, o calafrio do medo é uma forma de o corpo se preparar para o “combate” iminente.
Essa reação é um lembrete poderoso de como nossa mente e nosso corpo estão intrinsecamente conectados. Mesmo um simples pensamento pode gerar uma resposta física forte e imediata, mostrando que nossos mecanismos de sobrevivência estão sempre alertas, prontos para agir.
Gostou de entender essa reação curiosa do seu corpo? Compartilhe com quem adora filmes de terror e vive sentindo arrepios!








