A sensação de que o tempo passa mais rápido no verão é uma ilusão criada pelo nosso cérebro, explicada pela psicologia da percepção temporal. Isso acontece porque, durante o verão, tendemos a criar mais memórias novas e distintas, o que altera a forma como nosso cérebro arquiva a passagem do tempo.
A percepção do tempo é uma construção do nosso cérebro
A percepção temporal não é constante; ela é flexível e depende do que estamos fazendo e de como estamos nos sentindo. Nosso cérebro não tem um relógio interno único, mas sim vários mecanismos que estimam a duração dos eventos com base na quantidade de novas informações que ele está processando, veja abaixo o vídeo do perfil Manual do Mundo (@manualdomundo):
Quando estamos em uma rotina monótona, o cérebro processa pouca informação nova, e o tempo parece se arrastar. No verão, com viagens, férias e novas atividades, o cérebro está constantemente ocupado processando estímulos inéditos, o que faz o tempo parecer voar.
Como as novas experiências alteram nossa memória temporal?
Este fenômeno é conhecido como o “paradoxo das férias”. Enquanto estamos vivendo as novas experiências, o tempo parece passar rapidamente porque estamos engajados e processando muitas informações. No entanto, quando olhamos para trás, o período parece ter sido mais longo e mais rico do que um período de rotina.
Isso acontece porque nosso cérebro julga a duração de um período passado pela quantidade de memórias que ele formou. Um verão cheio de eventos cria muitas “âncoras” de memória, fazendo com que, em retrospecto, ele pareça ter durado mais. Já um inverno rotineiro deixa poucos registros, parecendo ter sido mais curto quando o relembramos.
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A rotina é a grande culpada pela lentidão percebida
A rotina do dia a dia é a principal razão pela qual o tempo parece passar mais devagar em outras épocas do ano. Quando as atividades são previsíveis, o cérebro entra em “modo de economia de energia” e não precisa registrar cada detalhe, pois já conhece o padrão.
Essa falta de novos estímulos faz com que os dias se misturem em nossa memória, criando a sensação de que o tempo está se arrastando no presente. No verão, a quebra dessa rotina força o cérebro a ficar mais “acordado” e a registrar mais momentos, acelerando a percepção do tempo que passa.
O papel da dopamina e da luz solar

A luz solar e a dopamina também desempenham um papel importante. A maior exposição à luz solar no verão tem um impacto direto em nosso humor e nos níveis de energia, além de regular nosso relógio biológico. Isso nos torna mais propensos a buscar atividades prazerosas.
Essas atividades, por sua vez, liberam dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa. Estudos sugerem que a dopamina pode acelerar nosso relógio interno, fazendo com que o tempo pareça passar mais depressa quando estamos nos divertindo.
Gostou de entender como seu cérebro brinca com o tempo? Compartilhe com quem sempre reclama que as férias de verão acabam rápido demais!








