Seu tipo sanguíneo pode, de fato, revelar uma predisposição a certas condições de saúde, embora não seja um fator determinante. A ciência mostra que os antígenos na superfície das células sanguíneas interagem com o sistema imunológico e podem influenciar o risco de doenças cardíacas, infecções e até mesmo alguns tipos de câncer.
A ciência por trás da conexão entre sangue e doenças
A conexão entre tipo sanguíneo e doenças está nos antígenos, as moléculas de açúcar e proteína que revestem a superfície dos glóbulos vermelhos. No sistema ABO, o tipo A tem antígenos A, o tipo B tem antígenos B, o tipo AB tem ambos e o tipo O não tem nenhum. Esses antígenos não estão apenas no sangue, mas também em outros tecidos do corpo, veja abaixo o vídeo do canal Cardio DF — Cardiologia e saúde cardiovascular em Brasília (DF):
Eles podem influenciar como o corpo reage a patógenos, como vírus e bactérias, e também estão envolvidos em processos como a coagulação do sangue e a resposta inflamatória. É essa interação biológica que cria as diferentes predisposições observadas em estudos populacionais.
Quais são os riscos associados ao tipo A?
Pessoas com sangue tipo A parecem ter uma predisposição ligeiramente maior para algumas condições específicas. Estudos realizados por instituições como a Escola de Saúde Pública de Harvard sugerem que este grupo tem um risco aumentado de desenvolver câncer de estômago, possivelmente porque os antígenos A podem facilitar a adesão da bactéria Helicobacter pylori.
Além disso, o sangue tipo A está associado a níveis mais elevados de colesterol LDL (o “colesterol ruim”) e a um risco um pouco maior de doenças cardíacas. Os antígenos A também podem estar ligados a uma resposta mais severa a certas infecções virais.
O tipo O é realmente um “protetor universal”?
O tipo sanguíneo O é frequentemente associado a um menor risco de várias doenças, o que lhe confere uma reputação de “protetor”. Pessoas com sangue tipo O têm um risco menor de doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e derrame, e também de desenvolver certos tipos de câncer, como o de pâncreas e o de estômago.
No entanto, não é uma proteção completa. O tipo O está ligado a um risco maior de desenvolver úlceras pépticas causadas pela H. pylori e, em casos de trauma grave, podem ter piores resultados devido a fatores de coagulação mais baixos. Além disso, são mais suscetíveis a infecções como a cólera.
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Como essa informação deve ser usada com cautela

É crucial entender que a predisposição genética associada ao tipo sanguíneo representa apenas um pequeno aumento ou diminuição no risco. Fatores de estilo de vida, como dieta, exercícios físicos, tabagismo e consumo de álcool, têm um impacto infinitamente maior na sua saúde geral do que o seu tipo sanguíneo.
Essa informação não deve ser motivo para alarme, mas sim um incentivo para o autoconhecimento e a prevenção. Use-a como mais uma peça no quebra-cabeça da sua saúde, mas foque nas escolhas diárias que estão sob seu controle. As principais associações de risco são:
- Tipo A: Maior risco de câncer de estômago e doenças cardíacas.
- Tipo B: Risco aumentado de algumas infecções e doenças autoimunes.
- Tipo AB: Maior risco de problemas de memória e cognitivos na velhice.
- Tipo O: Menor risco de ataque cardíaco, mas maior risco de úlceras.
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