O incrível animal que pode sobreviver por uma semana sem a cabeça é a barata, um inseto cuja biologia desafia nossa lógica baseada em mamíferos. Sua sobrevivência se deve a um sistema nervoso descentralizado e a uma fisiologia que não depende da cabeça para respirar ou controlar o corpo.
Um sistema nervoso descentralizado e independente do cérebro
A barata não possui um cérebro centralizado que controla todas as suas funções vitais. Em vez disso, ela tem aglomerados de gânglios nervosos distribuídos por todo o corpo, que atuam como “minicérebros” responsáveis por controlar os reflexos e movimentos de cada segmento corporal, veja abaixo o vídeo no tiktok paulojubilut:
Por causa dessa estrutura, o corpo da barata pode continuar a responder a estímulos, mover as pernas e se manter de pé mesmo após a decapitação. A cabeça, por sua vez, também pode sobreviver por algumas horas, movendo as antenas até ficar sem energia.
Como a barata respira sem ter boca ou nariz?
Diferente de nós, a respiração da barata não está conectada à sua cabeça. Ela respira através de pequenos orifícios chamados espiráculos, localizados nas laterais de seu corpo. Esses espiráculos levam o oxigênio diretamente para os tecidos através de uma rede de tubos.
Portanto, a remoção da cabeça não leva à asfixia, pois seu sistema respiratório continua perfeitamente funcional. Essa é uma das principais razões pelas quais a decapitação não é instantaneamente fatal. Suas adaptações para a sobrevivência incluem:
- Sistema nervoso descentralizado com gânglios pelo corpo;
- Respiração através de espiráculos nos segmentos corporais;
- Sistema circulatório aberto de baixa pressão;
- Baixa taxa metabólica, permitindo longos períodos sem comida.
Um sistema circulatório aberto que evita hemorragias
O sistema circulatório da barata é do tipo aberto, o que significa que ela não tem uma vasta rede de veias e artérias de alta pressão como os mamíferos. Seu “sangue”, chamado de hemolinfa, flui livremente pela cavidade corporal, transportando nutrientes.
Quando a cabeça é removida, a ferida no pescoço simplesmente coagula e se fecha, sem que ocorra uma perda de sangue fatal. A baixa pressão do sistema impede uma hemorragia que, em um humano, levaria à morte em poucos minutos.
Leia também: Os mitos e verdades sobre o consumo de água com gás segundo os médicos – BMC NEWS
Se ela sobrevive à decapitação, por que ela morre?

A morte da barata decapitada não ocorre pela falta da cabeça em si, mas sim pelas consequências de não ter uma boca. Sem a capacidade de beber água ou comer, o inseto eventualmente sucumbe à desidratação ou à fome, geralmente em cerca de uma semana.
Além da inanição, o ferimento aberto no pescoço pode ser uma porta de entrada para infecções por bactérias, fungos ou vírus. É uma corrida contra o tempo em que, apesar de sua incrível resiliência, a falta de sustento e a vulnerabilidade a patógenos acabam sendo fatais.
Gostou dessa curiosidade bizarra da natureza? Compartilhe com alguém que vai ficar impressionado com a resiliência desse inseto!








