A gravidade da Lua puxa os oceanos da Terra, criando um “bojo” de água no lado mais próximo a ela. Surpreendentemente, um segundo bojo se forma no lado oposto do planeta, e é o giro da Terra através desses dois bojos que causa o ciclo diário das marés alta e baixa.
A força da gravidade é a protagonista do espetáculo
A base de todo o fenômeno é a Lei da Gravitação Universal, formulada por Isaac Newton. Ela diz que todos os objetos com massa se atraem. A Lua, por ser um corpo massivo e relativamente próximo, exerce uma força gravitacional significativa sobre nosso planeta.
Essa força atrai tudo, continentes, oceanos e a atmosfera. No entanto, seus efeitos são muito mais visíveis na água dos oceanos, pois, por ser um fluido, ela pode se mover e se deformar livremente em resposta a essa atração.
Por que existem duas marés altas ao mesmo tempo, em lados opostos?
Este é o ponto mais fascinante e contraintuitivo do processo. A primeira maré alta é fácil de entender: a água no lado da Terra que está virado para a Lua é puxada com mais força, criando uma elevação, um bojo de água.

A segunda maré alta acontece no lado oposto. A gravidade da Lua puxa o centro sólido da Terra com mais intensidade do que puxa a água do lado distante. Com isso, a Terra é “puxada para longe” da água que está do outro lado, deixando essa água para trás e formando um segundo bojo. As áreas entre esses dois bojos experimentam a maré baixa.
O Sol também participa, mas a Lua é a principal maestrina
O Sol também exerce uma força gravitacional sobre a Terra, mas, apesar de ser muito maior, ele está quase 400 vezes mais distante que a Lua. Por isso, seu efeito sobre as marés é menos da metade do efeito lunar. A interação entre Sol e Lua cria diferentes tipos de marés.
Quando a Lua, a Terra e o Sol se alinham (nas luas nova e cheia), suas forças gravitacionais se somam, causando as marés de sizígia, com picos de maré alta e baixa muito mais extremos. Quando eles formam um ângulo de 90 graus (nas luas crescente e minguante), suas forças se anulam parcialmente, resultando nas marés de quadratura, que são muito mais brandas.
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O que mais influencia a altura e o horário das marés?
Embora a gravidade seja a força motriz, a geografia local desempenha um papel crucial na forma como vemos as marés. A profundidade do oceano, o formato da linha costeira e a presença de baías e estuários podem amplificar ou diminuir drasticamente a altura da água, veja abaixo o vídeo do canal Nexo Jornal:
É por isso que a Baía de Fundy, no Canadá, tem variações de maré de mais de 15 metros, enquanto mares quase fechados, como o Mediterrâneo, quase não têm marés perceptíveis. Fatores que alteram as marés localmente incluem:
- Formato da costa: Baías estreitas podem “espremer” a água, elevando seu nível;
- Profundidade do fundo do mar: Águas rasas podem atrasar e modificar a onda de maré;
- Ventos e pressão atmosférica: Podem causar flutuações temporárias no nível do mar;
- Órbita da Lua: A maré é um pouco mais forte quando a Lua está em seu perigeu (ponto mais próximo da Terra).
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