O “Efeito Mozart” é a teoria de que ouvir música clássica, especialmente as sonatas de Mozart, pode aumentar a inteligência. No entanto, a ciência moderna já demonstrou que essa ideia é um mito e não torna os bebês mais espertos de forma duradoura.
A origem do estudo que começou tudo
A origem do Efeito Mozart remonta a um estudo de 1993 da psicóloga Frances Rauscher, na Universidade da Califórnia. O experimento original não envolveu bebês, mas sim um grupo de estudantes universitários que, após ouvirem a “Sonata para Dois Pianos em Ré Maior” de Mozart, mostraram uma melhora temporária em testes de raciocínio espacial, veja abaixo a explicação do que é o Efeito Mozart:
Essa melhora foi pequena e durou apenas cerca de 15 minutos, não representando um aumento real e permanente no QI. O estudo foi mal interpretado pela mídia, que amplificou e distorceu os resultados, criando uma febre mundial em torno da ideia.
Como um pequeno estudo virou uma febre mundial?
A transformação do estudo em um fenômeno cultural foi impulsionada pelo marketing e pela simplificação excessiva da ciência. O músico Don Campbell popularizou o termo com seu livro “The Mozart Effect”, que prometia curas e aumento de inteligência através da música, expandindo o conceito para muito além do que a pesquisa sugeria.
O mito se consolidou quando o governador do estado americano da Geórgia, Zell Miller, propôs em 1998 que o estado distribuísse CDs de música clássica para todos os recém-nascidos. Essa iniciativa deu uma chancela governamental à ideia, fazendo com que pais do mundo todo acreditassem que a música de Mozart era uma ferramenta essencial para o desenvolvimento infantil.
O que a ciência diz hoje sobre o efeito mozart?
A ciência atual é praticamente unânime em afirmar que o Efeito Mozart, como um impulsionador de QI, não existe. Inúmeras tentativas de replicar o estudo original falharam ou mostraram que qualquer tipo de estímulo auditivo agradável, como ouvir Schubert ou até mesmo uma história de Stephen King, pode produzir o mesmo efeito de curto prazo.
Esse fenômeno é agora chamado de “efeito de excitação e humor”. Ele sugere que a música simplesmente deixa a pessoa mais alerta e de bom humor, o que melhora temporariamente o desempenho em certas tarefas. Em 2010, uma grande meta-análise da Universidade de Viena concluiu que não há evidências robustas para sustentar a teoria original.
A música pode beneficiar o cérebro do bebê de outras formas?

Embora não aumente a inteligência, a música traz benefícios reais e comprovados para o desenvolvimento dos bebês. Expor uma criança à música desde cedo é uma forma poderosa de estimular seus sentidos e fortalecer laços afetivos, contribuindo para um crescimento saudável e feliz. As principais vantagens incluem:
- Vínculo Afetivo: Cantar e ouvir música com os pais fortalece a conexão emocional.
- Desenvolvimento da Linguagem: A música ajuda a familiarizar o cérebro com ritmos e padrões da fala.
- Estímulo Sensorial: Melodias e ritmos diferentes estimulam as vias neurais auditivas.
- Regulação do Humor: Músicas calmas podem acalmar e ajudar o bebê a relaxar e a dormir.
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