A sensação de sono em dias de chuva é uma resposta psicofisiológica à redução de luz solar, que desregula a produção de hormônios como a melatonina (do sono) e a serotonina (do bem-estar).
A ausência de luz solar desregula seus hormônios
O nosso relógio biológico, ou ciclo circadiano, é profundamente influenciado pela luz natural. Quando o sol está forte, nosso cérebro inibe a produção de melatonina, o hormônio responsável por nos fazer sentir sono. Ao mesmo tempo, a luz solar estimula a produção de serotonina, um neurotransmissor associado ao humor e à sensação de energia.
Em um dia chuvoso ou nublado, a baixa luminosidade envia um sinal confuso ao cérebro. Ele reduz a produção de serotonina, causando uma leve queda de humor e energia, e pode começar a liberar melatonina de forma sutil ao longo do dia, resultando naquela sonolência persistente. Em casos extremos, essa sensibilidade à luz pode levar ao Transtorno Afetivo Sazonal (TAS).
Como o som da chuva afeta o nosso cérebro?
O som da chuva tem um efeito comprovadamente calmante sobre o sistema nervoso. Ele funciona como um “ruído branco”, um tipo de som que possui um equilíbrio de frequências altas e baixas, sendo mais constante e suave que o “ruído branco”.
Esse padrão sonoro rítmico e previsível ajuda a mascarar outros barulhos mais abruptos do ambiente, como buzinas ou conversas altas, que poderiam nos deixar em estado de alerta. O cérebro interpreta essa constância como um sinal de segurança, o que induz ao relaxamento e facilita a transição para o sono. O som da chuva promove:
- Redução dos níveis de estresse e ansiedade;
- Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial;
- Um ambiente sonoro previsível que acalma o cérebro;
- Mascaramento de ruídos repentinos que poderiam interromper o descanso.
O condicionamento psicológico associa chuva ao descanso

Nossa resposta psicológica à chuva também é moldada por associações aprendidas ao longo da vida. Desde a infância, dias chuvosos são frequentemente associados a atividades internas, tranquilas e aconchegantes. Planos ao ar livre são cancelados, e a cultura nos incentiva a “ficar em casa, tomar algo quente e assistir a um filme”.
Essa expectativa social e pessoal cria um forte gatilho mental. Quando vemos o tempo fechar, nosso cérebro já antecipa um dia de ritmo mais lento e menor produtividade. Como a psiquiatra holística Dra. Ellen Vora costuma destacar, nosso corpo responde aos sinais do ambiente, e um dia cinzento é um sinal universal para desacelerar.
A pressão atmosférica realmente influencia nossa energia?
Sim, a pressão barométrica, que tende a cair antes e durante uma tempestade, também tem um papel. Embora o mecanismo não seja totalmente compreendido, estudos sugerem que essa queda pode causar uma leve diminuição nos níveis de oxigênio no ar e pequenas alterações nos fluidos corporais.
Essa mudança sutil pode levar a uma sensação de peso no corpo, dores de cabeça ou até mesmo dores nas articulações em pessoas mais sensíveis. Esses desconfortos físicos, somados aos fatores hormonais e psicológicos, contribuem para a fadiga geral. A queda na pressão pode causar:
- Sensação de letargia ou “cabeça pesada”;
- Leve aumento de dores em articulações ou cicatrizes antigas;
- Uma contribuição física para o sentimento geral de fadiga;
- Dores de cabeça em indivíduos propensos à enxaqueca.
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