A nutrição infantil é a base para uma vida adulta saudável, e formar bons hábitos desde cedo é crucial, pois as preferências alimentares e a relação com a comida são moldadas principalmente na primeira infância, tornando esse período a janela de oportunidade mais importante para o desenvolvimento de um paladar variado e equilibrado.
Dica 1: Seja o exemplo que você quer ver no prato do seu filho
A regra de ouro da nutrição infantil é: as crianças aprendem muito mais pelo exemplo do que por discursos. Não adianta insistir para que seu filho coma brócolis se você mesmo faz cara feia para saladas. As crianças são observadoras e tendem a imitar o comportamento dos pais à mesa. Se elas virem você comendo frutas, legumes e verduras com prazer, a curiosidade natural as levará a querer experimentar também.
Transforme as refeições em um momento familiar positivo e sem telas. Coma junto com seus filhos sempre que possível e demonstre entusiasmo por alimentos saudáveis. Pequenas atitudes, como dizer “Uhm, que delícia este tomate!”, têm um impacto muito maior do que ordens como “Você precisa comer tudo!”.
Dica 2: A regra da apresentação repetida (sem forçar)
É muito comum que uma criança recuse um alimento novo na primeira tentativa. A neofobia alimentar, ou o medo de experimentar novos alimentos, é uma fase normal do desenvolvimento. O erro mais comum dos pais é desistir após a primeira ou segunda recusa. A ciência da nutrição mostra que, às vezes, são necessárias de 10 a 15 exposições a um novo alimento para que a criança o aceite.
A chave é a persistência sem pressão. Continue oferecendo o alimento recusado de formas diferentes e em pequenas quantidades, sem forçar a criança a comer. Você pode servi-lo cozido em uma semana e cru na outra, ou cortado em formatos divertidos. A familiaridade visual e olfativa diminui a resistência com o tempo.
- Não desista na primeira recusa: Continue oferecendo o mesmo alimento em outras ocasiões.
- Varie a apresentação: Ofereça o alimento cozido, cru, em purê, em palitos, etc.
- Não force nem barganhe: Evite frases como “só vai ganhar sobremesa se comer tudo”, pois isso cria uma relação negativa com a comida.
- Sirva porções pequenas: Um “mini pedaço” é menos intimidador do que um prato cheio.
Dica 3: Envolva a criança no processo de escolha e preparo
Incluir a criança no processo alimentar é uma das estratégias mais eficazes para aumentar o interesse por alimentos saudáveis. Leve seu filho à feira ou ao supermercado e deixe-o escolher um legume ou uma fruta nova para experimentar. Peça ajuda em tarefas simples e seguras na cozinha, como lavar as folhas de alface, misturar uma salada ou apertar o botão do liquidificador.
Quando a criança participa ativamente da preparação da refeição, ela sente um senso de propriedade e orgulho em relação àquele prato. Essa conexão emocional aumenta drasticamente a probabilidade de ela querer experimentar o que ajudou a fazer.
Tabela da Alimentação Saudável: O que não pode faltar
Uma alimentação infantil equilibrada deve ser colorida e variada, garantindo o aporte de todos os macronutrientes e micronutrientes essenciais para o crescimento. A tabela abaixo serve como um guia simples para montar pratos saudáveis e completos para as crianças.
| Grupo Alimentar | Função Principal no Corpo | Exemplos de Alimentos para Crianças |
|---|---|---|
| Carboidratos | Fornecer energia para brincar e aprender. | Arroz integral, batata-doce, mandioquinha, pães integrais, aveia. |
| Proteínas | Construção de músculos, ossos e tecidos. | Frango, peixe, ovos, feijão, lentilha, grão-de-bico. |
| Gorduras Boas | Desenvolvimento do cérebro e absorção de vitaminas. | Abacate, azeite de oliva, castanhas (em forma de pasta para os pequenos). |
| Vitaminas e Minerais | Fortalecimento do sistema imunológico e regulação do corpo. | Frutas e vegetais de todas as cores (cenoura, brócolis, tomate, laranja, banana). |
Dica 5: Mantenha a calma e evite transformar a comida em uma batalha

Haverá dias em que seu filho comerá muito bem e outros em que ele mal tocará na comida. Manter a calma e a neutralidade é fundamental. O apetite infantil varia muito, e forçar a alimentação ou transformar a hora da refeição em um campo de batalha só gera estresse e associações negativas com a comida que podem durar a vida toda.
Confie na capacidade do seu filho de regular a própria fome. Sua responsabilidade como pai ou mãe é oferecer alimentos saudáveis e de qualidade em horários regulares. A responsabilidade da criança é decidir o quanto ela vai comer. Respeitar essa divisão de responsabilidades, como proposta pela nutricionista Ellyn Satter, é a chave para criar uma relação saudável e positiva com a comida.
Leia também: Sinais de Burnout que você não pode ignorar e como se prevenir
Gostou das curiosidades? Bora colocar em prática e compartilhe com alguém que vai adorar saber disso!










