Em situações cotidianas como filas de supermercado ou congestionamentos, é comum sentir que a fila ao lado sempre se move mais rapidamente do que a que se está. Esta percepção frequente suscita curiosidade e, frequentemente, um pouco de frustração. De acordo com a Psicologia, existem explicações fundamentadas para essa sensação constante de que a fila vizinha avança mais rapidamente. Este fenômeno não é meramente acidental, mas sim resultado de uma complexa interação entre diversos fatores cognitivos e perceptivos.
Uma das explicações mais citadas é o viés cognitivo conhecido como o “viés de observação seletiva”. Quando estamos em uma fila, nossa atenção tende a se focar nos eventos mais chamativos e significativos, que, neste caso, são os avanços da fila ao lado. Por outro lado, tendemos a minimizar ou ignorar os momentos em que a nossa própria fila avança mais rapidamente. Este viés está profundamente enraizado em nosso pensamento seletivo e contribui para a impressão de que a fila ao lado sempre é mais eficiente.
Como o efeito de “avaliação social” influencia nossa percepção?
Outro fator psicológico importante é o efeito de “avaliação social“. Muitas vezes, ao nos encontrarmos em uma fila, comparamo-nos com as pessoas ao redor. Essa comparação pode acentuar a percepção de desigualdade, especialmente quando percebemos os outros avançando mais rapidamente. Esse efeito é amplificado pela tendência humana de evitar situações de perda, levando a uma maior percepção das desvantagens do que dos benefícios.
Qual é o papel da percepção do tempo na experiência de esperar?
A percepção do tempo durante a espera é outro aspecto crucial que contribui para essa frustração. Quando se está ansioso ou aborrecido, o tempo tende a parecer se arrastar, amplificando a percepção de que a espera na própria fila é interminável. Estudos sugerem que o tédio e a ansiedade podem distorcer a sensação de tempo, fazendo com que os intervalos pareçam mais longos do que realmente são.
Por que lembramos mais das experiências negativas?

A memória seletiva desempenha um papel significativo na reiterada sensação de que a nossa fila é sempre a mais lenta. De acordo com pesquisas psicológicas, experiências negativas tendem a ser mais memoráveis do que as neutras ou positivas. Isso significa que, mesmo que objetivamente não haja muita diferença entre as filas, a memória de uma experiência de espera mais longa é mais vívida e, assim, reforça a percepção negativa de que estamos sempre na fila menos favorável.
Para mitigar essa sensação, algumas estratégias podem ser adotadas, como desviar o foco de atenção. Engajar-se em atividades que ocupem a mente, como ouvir música ou ler, pode ajudar a reduzir a percepção de espera e tornar a experiência mais suportável. Entender que a percepção de que a fila ao lado anda mais rápido é influenciada por processos cognitivos e emocionais pode ajudar a reavaliar essas situações com maior serenidade.








