Na era digital em que vivemos, o celular se tornou uma extensão do corpo humano. Essa integração quase total chamou a atenção dos psicólogos, que buscam entender o que significa, de fato, não desgrudar do celular. Enquanto caminham pelas ruas, muitas pessoas exibem comportamentos que refletem uma dependência intensa desse dispositivo, levantando questões sobre os impactos psicológicos e sociais dessa prática cotidiana.
A sensação de estar sempre conectado pode gerar a impressão de que se está participando ativamente de eventos importantes, mesmo quando, na realidade, a atenção está dividida. Essa necessidade de constante atualização cria um ciclo de ansiedade, exacerbado pelo medo de se perder algo relevante, ou FOMO (do inglês, “fear of missing out”). Assim, o celular, enquanto ferramenta vital para comunicação e produtividade, também se torna uma das maiores fontes de ansiedade contemporânea.
Como o uso excessivo do celular influencia o comportamento diário?
O uso contínuo do celular para múltiplas tarefas como leitura de mensagens e atendimento de ligações, mesmo durante ações rotineiras como caminhar, demonstra um nível significativo de distração. Pesquisas indicam que, ao caminhar e interagir com o celular simultaneamente, as pessoas não apenas reduzem sua velocidade, mas também desviam sua rota definida em até 61% – uma mudança que aumenta o risco de acidentes.
Quais são os riscos associados ao uso do celular enquanto caminhamos?
Além do risco de se desviar do caminho e colidir com objetos ou outras pessoas, há também perigos específicos associados a ambientes urbanos, como o aumento na probabilidade de furtos. Estar distraído em locais públicos transforma o celular em um foco fácil para roubos. O maior problema, no entanto, é a desatenção, que pode resultar em pequenas colisões a tropeços e quedas.
Como a psicologia explica a necessidade de permanecer conectado?
Fenômenos psicológicos recentes, como a nomofobia – o medo de ficar sem o celular – oferecem uma compreensão sobre a compulsão de estar sempre conectado. Essa condição se manifesta como uma ansiedade que tem raízes sociais, profissionais e acadêmicas, onde o dispositivo representa uma constante linha de contato e informação. A pressão para se manter atualizado culmina em estresse e em uma relação insalubre com as tecnologias, refletindo diretamente na saúde mental e bem-estar do usuário.
Como lidar com a dependência do celular de maneira saudável?

Os estudos recomendam uma abordagem consciente e moderada no uso do celular. Reservar momentos específicos para desconexão e focar em interações tangíveis com o ambiente pode ajudar a reequilibrar a atenção e reduzir os níveis de ansiedade associados ao uso excessivo do dispositivo. Essa prática, além de promover o bem-estar mental, potencializa experiências mais intensas e significativas nos vários aspectos da vida.
Estabelecer limites de tempo para o uso do celular e utilizar aplicativos que monitoram e controlam essa utilização são passos pragmáticos para construir uma relação mais saudável com a tecnologia. Ao tomar consciências dessas práticas, é possível voltar a aproveitar o potencial do celular como uma ferramenta de facilitação, não uma fonte de estresse.








