O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, completa um mês no cargo nesta quinta-feira (20). Um dos principais destaques do segundo mandato de Trump é o fortalecimento da política America First, que têm adotado uma postura priorizando os Estados Unidos em diferentes frentes, como economia, política e relações internacionais.
As primeiras medidas econômicas do novo mandato de Donald Trump trouxeram impactos diretos para o mercado e para a política monetária americana. Em entrevista, o economista Bruno Corano analisou os desdobramentos dessas ações e suas possíveis consequências para os investidores e para a economia global.
Trump cumpre promessas, mas gera incertezas
Segundo Corano, não houve surpresas nas primeiras decisões econômicas. “Ele está cumprindo exatamente o que foi prometido”, afirmou. No entanto, o economista avalia que, embora algumas medidas sejam positivas, outras trazem grande potencial de instabilidade. “A indefinição sobre as consequências dessas decisões gera um ambiente de incerteza”, explicou.
Entre as medidas vistas como positivas, Corano destacou a desregulamentação de setores travados e a maior liberdade para exploração de petróleo. “A retirada de algumas barreiras no setor financeiro também pode ser benéfica”, comentou. Em contrapartida, a política de tarifas adotada por Trump é apontada como um fator preocupante. “A forma como ele conduz essa estratégia pode trazer impactos negativos”, acrescentou.
Reação do mercado e do dólar
O mercado acionário não apresentou uma reação imediata às mudanças na administração. “Não havia uma expectativa clara. Os economistas seguem divididos sobre os impactos que essas políticas podem gerar”, afirmou Corano.
O dólar, no primeiro momento, apresentou valorização, mas Trump já declarou que pretende trabalhar para sua desvalorização. “Ele quer um dólar mais baixo para impulsionar as exportações, mas as medidas adotadas até agora não indicam esse caminho”, disse Corano. Ele alerta que tarifas sobre importações podem gerar inflação, o que pressionaria o Federal Reserve a manter ou até mesmo elevar os juros. “Isso reforçaria a valorização do dólar, indo contra a intenção inicial do governo”, explicou.
Federal Reserve e política monetária
A política tarifária pode influenciar diretamente as decisões do Federal Reserve. “Se as tarifas gerarem inflação, o banco central americano pode ser forçado a interromper cortes de juros ou até mesmo revertê-los”, analisou Corano. Apesar disso, ele considera prematuro afirmar que haverá necessidade de alta nos juros no curto prazo. “O próprio Jerome Powell enfatiza que será preciso tempo para que os indicadores deem uma resposta clara”, disse.
Os próximos passos da administração Trump
Entre os fatores que mais exigem atenção nos próximos meses, Corano destacou três principais temas: a atuação dos Estados Unidos no conflito entre Rússia e Ucrânia, a escalada da guerra tarifária e os incentivos fiscais que o governo pretende aprovar. “Trump já indicou que quer renovar os incentivos fiscais de seu primeiro mandato, mas há a possibilidade de novas propostas”, afirmou.
O que os investidores devem monitorar?
Corano foi direto ao apontar o principal fator de atenção para os investidores. “Inflação americana, sem dúvida nenhuma”, afirmou. Segundo ele, o cenário tarifário terá impacto direto sobre a inflação, o que pode definir o rumo da política monetária americana.
Quando questionado sobre o risco de uma desaceleração econômica no médio prazo, o economista explicou que não vê relação direta com as políticas adotadas até agora. “O que temos no horizonte é uma possível correção no valor dos ativos, que estão hiperinflacionados há anos. Isso pode acontecer em um mês, ou levar anos”, concluiu.
Episódio especial do Manhattan Connection sobre o 1º mês de Trump
O programa “Manhattan Connection” prepara um episódio especial que servirá como aquecimento para a nova temporada. Este episódio especial irá ao ar nesta sexta, 21, às 22h, e trará uma análise aprofundada do primeiro mês de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Não perca!
O elenco principal permanece composto por Lucas Mendes, Caio Blinder, Diogo Mainardi e Bruno Corano, garantindo a continuidade da abordagem provocadora e perspicaz que conquistou os telespectadores. Paula Moraes, diretora de programação e COO da BM&C News, destaca que a nova temporada trará elementos inéditos e uma abordagem ainda mais dinâmica, consolidando o programa como referência em análises inteligentes e visionárias.
