A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China levanta dúvidas sobre quem, afinal, sairá mais prejudicado nesse embate econômico. Em entrevista ao programa BM&C News, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirmou que os Estados Unidos estão mais vulneráveis do que a China neste momento de tensão global.
“Pensando só em China e Estados Unidos, os Estados Unidos sofrem mais nessa relação“, avaliou Cruz. Segundo ele, Pequim conta com muito mais alternativas de mercado do que Washington, que mesmo tendo uma economia interna forte, depende de importações estratégicas para manter seu ritmo.
China tem mais opções; EUA buscam acordos emergenciais
De acordo com Cruz, a China possui uma rede de parceiros comerciais mais diversificada, o que a torna menos dependente da relação direta com os Estados Unidos. “A China tem muito mais mercado para onde vender“, destacou.
Enquanto isso, os Estados Unidos, apesar de terem uma economia mais fechada e autossuficiente em muitos setores, vêm acelerando negociações para mitigar os impactos das tarifas impostas pelo governo Trump.
Cruz citou como exemplo as tratativas com o Vietnã: “Os EUA garantiram a venda de equipamentos militares e, em troca, devem reduzir a tarifa de 34% para 10%“. Segundo ele, essa estratégia deve se repetir com outros países, numa tentativa de minimizar os prejuízos da guerra comercial.
Expectativa por novas negociações
O estrategista da RB Investimentos acredita que, nas próximas semanas, o governo dos EUA deverá buscar aliviar a tensão com novos acordos bilaterais. “Vamos ver o governo Trump tentando reduzir tarifas para países que façam concessões estratégicas“, projetou.
Embora a disputa ainda tenha muitos capítulos pela frente, Cruz aponta que a vantagem momentânea está com a China. Para os Estados Unidos, a pressão para resolver a situação é crescente, especialmente diante dos impactos econômicos internos e da preocupação dos países exportadores que dependem do mercado americano.
