O analista político e econômico Miguel Daoud criticou duramente a atuação do Ministério do Meio Ambiente, apontando que a atual política ambiental tem funcionado como um obstáculo direto ao crescimento do país. Em entrevista à BM&C News, Daoud afirmou que o Brasil está perdendo oportunidades valiosas de expansão econômica por conta de decisões excessivamente restritivas e ideológicas da pasta ambiental.
“O meio ambiente é importante, mas precisa ser tratado com equilíbrio. Hoje, a atuação do ministério não é um freio de mão — é um freio de pé no progresso do país”, afirmou. Para ele, a falta de avanço em temas como a exploração da margem equatorial coloca o Brasil atrás de países vizinhos, como a Guiana, que vem colhendo os frutos do crescimento com base em sua política energética.
Meio Ambiente com políticas isoladas da realidade
Daoud defende que o debate sobre meio ambiente no Brasil tem sido marcado por discursos vazios e falta de ação prática. “O ministério não atua com fiscalização efetiva na Amazônia, enquanto a mineração e o desmatamento ilegais seguem acontecendo. Ao mesmo tempo, bloqueia projetos legais que poderiam gerar renda e empregos”, criticou.
Ele também destacou que há cerca de 1 milhão de pessoas na região amazônica sem terras regularizadas, o que inibe o acesso à propriedade formal e institucionaliza a pobreza. “O meio ambiente não pode ser usado para negar desenvolvimento à população”, disse o analista.
Nomeação política no Meio Ambiente e falta de resultados concretos
Ao comentar a presença de Marina Silva à frente do ministério, Daoud vê mais motivação política do que técnica. Segundo ele, a escolha de Marina teria sido um gesto de Lula para agradar aliados e demonstrar alinhamento com pautas ambientais no exterior. “Ela já deixou o cargo uma vez em conflito, mudou de partido, e não entrega os resultados que o Brasil precisa”, afirmou.
Sem foco na dívida, governo amplia gastos e evita reformas
Além das críticas à política ambiental, Daoud também demonstrou preocupação com a ausência de um debate estruturante sobre dívida pública, reforma fiscal e trajetória do PIB. Para ele, o governo atual prioriza a ampliação dos programas sociais sem apresentar uma estratégia clara para equilibrar as contas. “A discussão está polarizada e improdutiva. O Congresso precisa retomar projetos de longo prazo”, disse.
Na avaliação de Daoud, Lula busca consolidar um projeto político de poder por meio da ampliação do Estado e do assistencialismo. “É um movimento clássico para garantir apoio e continuidade no poder, mas que compromete o futuro econômico do país se não vier acompanhado de responsabilidade fiscal”, concluiu.















