A Minerva Foods iniciou 2025 com resultados operacionais robustos e uma reversão expressiva no lucro líquido. A companhia reportou lucro de R$ 185 milhões no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 186 milhões no mesmo período de 2024, quando o resultado havia sido impactado por efeitos contábeis não recorrentes, principalmente na Argentina. A receita líquida cresceu 56%, totalizando R$ 11,2 bilhões, enquanto o EBITDA avançou 53%, somando R$ 962,5 milhões no trimestre.
Mesmo com alavancagem elevada — 3,7 vezes o EBITDA ajustado — a Minerva reforça que o perfil da dívida segue confortável, com maior parte dos vencimentos a partir de 2028. A estrutura de capital foi fortalecida com uma geração de caixa livre de R$ 1,5 bilhão nos últimos 12 meses e a aprovação de um aumento de capital de até R$ 2 bilhões, que será totalmente destinado à amortização da dívida.
Minerva e a força do modelo de diversificação geográfica
O trimestre também destacou a força do modelo de diversificação geográfica da Minerva. As exportações responderam por 56% da receita bruta, com Estados Unidos e China representando juntos 50% da receita externa. A posição neutra da América do Sul em meio à instabilidade geopolítica global tem favorecido players com atuação regional ampla. As novas habilitações para exportar a mercados como China, EUA e Canadá reforçaram a liderança da companhia, que detém 21% de participação nas exportações de carne bovina. No mercado interno, o crescimento também foi expressivo: a receita bruta doméstica chegou a R$ 5,3 bilhões, alta de 64,9% sobre o 1T24, impulsionada pelo fortalecimento das marcas e expansão no varejo nacional.
Desempenho da Minerva confirma a resiliência da companhia
Segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, o desempenho da Minerva confirma a resiliência da companhia em meio a um cenário externo desafiador. “A geração de caixa robusta e a destinação do aumento de capital para amortização da dívida são sinais positivos para o investidor. Embora os números ainda fiquem abaixo do esperado pelo mercado, o operacional mostra força e consistência”, avaliou. Para ele, a combinação de expansão internacional, melhora no consumo interno e disciplina financeira pode reposicionar a empresa de forma mais sólida nos próximos trimestres.
