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Do emprego ao propósito: a revolução silenciosa no mercado de trabalho brasileiro

Renata NunesPor Renata Nunes
07/07/2025

A crescente rejeição à CLT, combinada com a saída de milhões de jovens do mercado de trabalho e a taxa de desemprego nas mínimas históricas, tem contribuído diretamente para o apagão de mão de obra na indústria brasileira. Em um cenário onde os trabalhadores passaram a ter mais poder de escolha, impulsionados pela ampliação dos benefícios sociais e pela valorização da flexibilidade, o modelo tradicional de emprego com carteira assinada já não atende às novas expectativas, especialmente entre os mais jovens. É como se o jogo, historicamente favorável aos empregadores, tivesse começado a virar, revelando um descompasso entre oferta e demanda que desafia o setor industrial.

Mas, por que, mesmo com o desemprego em queda, a rejeição ao trabalho com carteira assinada é crescente? A resposta, segundo o psicanalista e mentor Junior Silva, está além da economia: trata-se de uma mudança profunda na percepção do que significa “trabalhar bem”.

“Segurança sem liberdade virou sinônimo de aprisionamento”, afirma Junior. A frase resume uma transformação estrutural em curso no mercado de trabalho brasileiro. O que antes era um privilégio, ter um emprego estável, hoje é visto por muitos como um entrave à liberdade, à autonomia e à saúde mental.

O mercado de trabalho e os novos salários emocionais

Na visão do psicanalista, o que mais pesa nas escolhas profissionais, especialmente entre os jovens, é o tempo. “Ele virou o bem mais escasso e precioso”, explica. “As novas gerações viram os mais velhos trocarem vida por hora extra, e decidiram parar o ciclo.”

Essa ruptura de valores foi impulsionada, segundo Junior, por uma cultura digital que valoriza a venda de conhecimento, flexibilidade e propósito. “É só ver como cursos, mentorias e influenciadores vendem a ideia de ‘comprar o seu tempo de volta’. Isso fala diretamente ao desejo de viver com mais autonomia”, analisa.

A influência da tecnologia e dos apps no mercado de trabalhoa

A expansão da chamada gig economy, formada por trabalhadores autônomos conectados por plataformas digitais, também ajudou a redefinir o “trabalho ideal”.

“Hoje, ter um aplicativo no celular significa escolher o horário, o cliente, o ritmo. Isso atende a um anseio emocional de controle e propósito”, diz Junior. O que parecia instável há uma década agora é referência de liberdade e adaptação à própria vida.

Segundo estudos citados por ele, os principais atrativos da economia digital não são apenas financeiros, mas psicológicos: autonomia e flexibilidade. Isso está moldando um novo tipo de vínculo profissional, menos hierárquico, mais horizontal.

O desafio dos setores tradicionais: escassez de talentos à vista

Diante dessa nova mentalidade, setores mais tradicionais, como a indústria, correm riscos. O principal deles, alerta Junior, é a escassez crônica de talentos.

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“As empresas que insistirem em modelos baseados em controle, repetição e rigidez contratual vão perder espaço. A indústria precisa urgentemente pensar em formatos híbridos, entregas por projeto, horários personalizáveis. Caso contrário, perderá relevância”, afirma.

Novo modelo de trabalho é reinvenção estrutural, não modismo conjuntural

Junior Silva é categórico: o movimento de valorização da autonomia não é passageiro. “É estrutural. Uma vez experimentada, a autonomia vira padrão interno. Não se volta atrás facilmente.”

Ele cita pesquisas brasileiras sobre saúde mental que demonstram: quanto mais controle o indivíduo tem sobre seu tempo, melhores são seus indicadores de bem-estar. É, portanto, uma mudança com implicações profundas, tanto para o indivíduo quanto para a legislação e o mundo corporativo.

O abismo em relação ao trabalho entre gerações e o novo contrato psicológico

Há, ainda, um descompasso cada vez mais evidente entre o que os jovens esperam e o que o mercado oferece. “Eles buscam protagonismo, propósito, flexibilidade. O mercado responde com hierarquia e rigidez. Isso causa frustração, burnout e fuga de talentos”, pontua Junior.

Essa lacuna pode ser preenchida, segundo ele, por novos modelos de parceria entre empresas e profissionais. “O futuro será baseado em contratos que respeitem a autonomia e que estejam focados em entregas, não em presença física ou horários fixos.”

A nova cultura do trabalho: do ‘ganhar mais’ ao ‘viver melhor’

Talvez a mudança mais importante seja de natureza simbólica. Junior explica que o conceito de “ganhar mais” se transformou. “Não se trata apenas de dinheiro. Hoje, as pessoas querem ganhar tempo, saúde mental e liberdade. O emprego ideal é aquele que respeita o indivíduo como um todo.”

Essa mudança já influencia o debate legislativo e o comportamento das empresas. Segundo o psicanalista, negócios que já operam com jornadas flexíveis, entregas por projeto e autonomia têm menor rotatividade, mais produtividade e maior engajamento.

“Empresas que quiserem liderar nos próximos anos precisarão abandonar a mentalidade de patrão. Precisam ser parceiras das pessoas, não chefes”, conclui.

A análise de Junior Silva revela uma transição clara: do emprego para o propósito, da subordinação para a autonomia, da hierarquia para a colaboração. O Brasil, como o restante do mundo, está reformulando seu pacto social em torno do trabalho.

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