O governo brasileiro está em uma busca incessante por equilíbrio fiscal, especialmente à luz das recentes medidas que incluem a alteração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Essa iniciativa visa ajustar as contas públicas, mas enfrenta um desafio significativo: o Congresso Nacional está considerando projetos que podem resultar em um aumento de gastos superior a R$30 bilhões. Essa situação gera um cenário de tensão entre o Executivo e o Legislativo, com potenciais repercussões para a governabilidade do país.
De acordo com a análise de Jeferson Bittencourt – head de macroeconomia do ASA, “a disputa entre o governo e o Congresso é um dos fatores mais preocupantes para o futuro fiscal do Brasil”. As projeções indicam que, se os gastos não forem controlados, o país pode enfrentar um cenário de desequilíbrio fiscal até 2026. Esse desequilíbrio pode levar a um aumento da dívida pública e, consequentemente, a uma elevação das taxas de juros para compensar a incerteza dos investidores.
Fiscal no radar
A manutenção de uma política fiscal robusta é fundamental para a estabilidade das taxas de juros. Jeferson destaca que “com um aumento de gastos não planejados, o Banco Central pode ser forçado a aumentar os juros para conter a inflação e estabilizar a economia“. Isso significa que, em um cenário de incerteza fiscal, os investidores devem estar preparados para um ambiente de taxas de juros mais elevadas, o que impacta diretamente o custo do crédito e os investimentos no país.
As perspectivas macroeconômicas para os próximos anos dependem fortemente das ações do governo e do Congresso. Jeferson alerta que, se as medidas de controle fiscal não forem implementadas de forma eficaz, “o Brasil pode enfrentar um ciclo de instabilidade econômica que afetará não apenas o crescimento, mas também a confiança dos investidores“. A confiança é um fator crucial para a atração de investimentos estrangeiros e para o crescimento sustentável da economia.
Em um cenário de volatilidade política e econômica, os investidores devem adotar estratégias cautelosas. Jeferson sugere que a diversificação de portfólios e a busca por ativos que se beneficiem de um ambiente de juros altos são essenciais. “Investir em setores que demonstram resiliência em tempos de crise pode proporcionar uma proteção adicional contra os riscos fiscais“, afirma. Além disso, manter-se informado sobre as evoluções políticas e econômicas permitirá que os investidores façam ajustes proativos em suas estratégias.