Em um cenário marcado por incertezas fiscais, baixa popularidade do governo e especulações sobre o ambiente eleitoral de 2026, o sócio-fundador da gestora 3R, Tomas Awad, defende uma abordagem cautelosa e disciplinada na gestão de ativos. Em entrevista à BM&C News, Awad ressaltou que a volatilidade do Brasil exige do investidor realismo, paciência e foco no longo prazo.
“Não é hora de reduzir o risco em bolsa, mas também não é hora de aumentar. É preciso ter os pés no chão”, afirmou. Segundo ele, a postura ideal para o investidor é manter um portfólio compatível com sua idade, renda e fluxo de caixa. “Quem entra e sai do mercado com base no humor do momento geralmente tem retorno mais baixo”, alertou.
Cenário do Brasil não permite sonho fácil
Para Awad, o investidor brasileiro tem um histórico de “sonhar demais” com mudanças políticas e viradas positivas no mercado. “O brasileiro adora acreditar que tudo vai dar certo. Mas aqui as coisas dão errado com frequência. É preciso ter isso em mente para tomar decisões realistas”, afirmou.
Segundo o gestor, mesmo em contextos adversos, é possível encontrar boas oportunidades. A chave está em escolher empresas sólidas, com fundamentos consistentes e pouco expostas ao ambiente macro. “Tem empresa boa entregando resultado por fatores que independem do cenário político ou fiscal. É isso que a gente busca.”
Gestão ativa e foco no longo prazo
Awad destacou que o trabalho de alocação deve ser feito com consistência, e não de forma reativa. “Zerar posição em bolsa achando que o Brasil vai acabar e voltar correndo quando tudo sobe é receita para prejuízo. É possível ganhar dinheiro mesmo em mercados difíceis, mas exige olhar cuidadoso, disciplina e conhecimento.”
Ele também mencionou o desempenho do fundo FIA da 3R, que nos últimos cinco anos apresentou retorno médio de quase 20% ao ano, mesmo em um ambiente desafiador. “Não é um mercado para amadores. Exige profundidade, análise e paciência.”
