BM&C NEWS
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA
    • INVESTIMENTOS E FINANÇAS
Sem resultado
Veja todos os resultados
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA
    • INVESTIMENTOS E FINANÇAS
Sem resultado
Veja todos os resultados
BM&C NEWS
Sem resultado
Veja todos os resultados

A disputa automotiva no Brasil: entre a obsolescência, subsídios e o caminho para a eletrificação

Fabio OngaroPor Fabio Ongaro
05/08/2025

O cenário automotivo brasileiro ferve. No final de julho de 2025, um movimento coordenado por gigantes estabelecidas como General Motors, Stellantis, Volkswagen e Toyota, através de uma carta conjunta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, escancarou uma profunda tensão. O alvo: a chinesa BYD, com seu pleito pela redução de impostos de importação para kits de veículos elétricos e híbridos (SKD e CKD). A reação das montadoras tradicionais, alegando riscos de “desindustrialização” e perdas de emprego, revela muito mais do que uma simples disputa comercial; é um sintoma da complexa transição que a indústria global de veículos enfrenta e da defasagem de um modelo industrial enraizado no Brasil.

De um lado, as montadoras históricas, que representam vultosos investimentos e milhões de empregos, manifestam preocupação. Argumentam que a facilitação da importação de carros semiprontos poderia inviabilizar a produção local, preferindo o “ciclo virtuoso” do investimento em fábricas nacionais, mesmo que essas ainda estejam atreladas majoritariamente a tecnologias de combustão interna. Elas se apoiam no Plano Mover, que prevê o retorno gradual das tarifas de importação para veículos elétricos e híbridos, atingindo 35% até 2026.

Do outro, a BYD, que avança rapidamente na construção de sua fábrica em Camaçari (BA), busca uma exceção temporária para iniciar a montagem local enquanto nacionaliza sua produção. Sua argumentação é direta e, de certa forma, irônica: a empresa afirma que seu sucesso em oferecer veículos mais tecnológicos e acessíveis incomoda as rivais. Além disso, a BYD lembra que a estratégia de começar com kits semiprontos não é nova no Brasil, tendo sido adotada por muitas das montadoras que hoje reclamam. Para a gigante chinesa, aplicar a mesma alíquota a carros prontos e a kits que geram empregos e movimentam a cadeia logística não faz sentido.

Leia Mais

Após bater R$ 75 milhões em 12 meses, Lavanderia 60 Minutos mira IPO até 2027

Black Friday: Rede de franquias transforma desconto em premiação

30 de outubro de 2025
Mineradora Vale.

Vale registra lucro de US$ 2,7 bilhões e cresce 11% no 3T25

30 de outubro de 2025

A polarização entre os dois lados, contudo, mascara questões estruturais mais profundas. Primeiramente, a obsolescência do modelo industrial brasileiro. Apesar do aumento de tarifas para veículos elétricos e híbridos, poucas montadoras tradicionais investiram concretamente na produção local desses modelos. Enquanto a BYD avança com planos de fabricar elétricos e híbridos plug-in na Bahia, a maioria das rivais ainda importa seus modelos mais modernos ou os oferece a preços proibitivos. Isso levanta a questão: o Brasil estaria, de fato, preparado para a eletrificação ou as montadoras instaladas estão resistindo à necessária modernização?

Em segundo lugar, a realidade do “Custo Brasil” é um fator inegável. Alta carga tributária, infraestrutura deficiente e burocracia excessiva encarecem a produção e inibem investimentos. Essa é uma queixa antiga e legítima de toda a indústria. A dependência histórica de subsídios e incentivos fiscais para compensar essas desvantagens, como os que o próprio Plano Mover concede, demonstra a fragilidade de um sistema que se acostumou a soluções paliativas em vez de reformas estruturais.

E, por fim, não se pode ignorar o papel dos pesados subsídios concedidos pelo governo chinês às suas montadoras, incluindo a BYD, que recebeu bilhões de dólares em incentivos diretos. Embora os programas diretos tenham diminuído, as isenções fiscais continuam a dar uma vantagem competitiva significativa. Essa política agressiva de Pequim tem gerado reações globais, com a Comissão Europeia investigando e os Estados Unidos impondo tarifas elevadas sobre veículos elétricos chineses. Reduzir tarifas sem contrapartidas claras no Brasil pode, de fato, agravar a “desova” de carros chineses e prejudicar a base industrial existente.

Um caminho de equilíbrio para a indústria automotiva

A verdade, como quase sempre, está no equilíbrio. O Brasil precisa, sim, acelerar sua eletrificação e modernizar seu parque industrial. Ao mesmo tempo, não pode simplesmente trocar uma dependência de subsídios nacionais por uma dependência de subsídios estrangeiros, sem salvaguardar seus próprios interesses. Uma política industrial equilibrada para o setor automotivo brasileiro deveria contemplar:

  1. Incentivos Temporários com Contrapartidas Claras: Reduções de impostos para kits podem ser concedidas, mas por prazos definidos e atreladas a metas rigorosas de conteúdo local, cronogramas de produção e investimentos em P&D, com auditorias independentes para garantir o cumprimento.
  2. Universalização de Benefícios: O regime especial deve ser aberto a qualquer empresa que se comprometa com produção local e inovação, evitando privilégios e promovendo a isonomia, como sugerido por autoridades como o vice-presidente Geraldo Alckmin.
  3. Redução do Custo Brasil: A discussão sobre o futuro da indústria automotiva é indissociável das reformas estruturais necessárias: tributária, logística e burocrática. Melhorar o ambiente de negócios beneficia a todos e atrai investimentos de longo prazo.
  4. Desenvolvimento da Cadeia de Baterias: O Brasil, com seu potencial em minerais críticos como o lítio, tem uma oportunidade única de se posicionar na cadeia global de eletrificação, incentivando empresas que tragam tecnologia de baterias e motores elétricos.
  5. Transparência e Participação: A abertura dos critérios e relatórios de incentivos pela Camex, com participação de sindicatos, associações e sociedade civil, garantiria que as políticas atendam ao interesse nacional, e não apenas a pressões corporativas.

A carta das montadoras e a resposta ácida da BYD são mais do que um embate entre concorrentes; são um espelho de um setor em profunda transformação. A capacidade do Brasil de transitar para um futuro automotivo mais moderno, competitivo e sustentável dependerá da habilidade de seus formuladores de políticas em conciliar a necessidade de inovação com a proteção de empregos e o desenvolvimento de uma cadeia produtiva local robusta. É tempo de olhar para frente, sem ignorar as lições do passado e os desafios do presente globalizado.

*Coluna escrita por Fabio Ongaro, economista e empresário no Brasil, CEO da Energy Group e vice-presidente de finanças da Camara Italiana do Comércio de São Paulo – Italcam

As opiniões transmitidas pelo colunista são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a opinião da BM&C News. Leia mais colunas do autor aqui.

336x280

Notícias

Vale registra lucro de US$ 2,7 bilhões e cresce 11% no 3T25

Ibovespa fecha em alta e renova recorde histórico com apoio do exterior

Crime organizado: operação no Rio expõe falhas estruturais da política criminal brasileira

Ibovespa tem quinto recorde da semana e se aproxima dos 150 mil pontos

  • All
  • análise
Após bater R$ 75 milhões em 12 meses, Lavanderia 60 Minutos mira IPO até 2027
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Black Friday: Rede de franquias transforma desconto em premiação

30 de outubro de 2025
Mineradora Vale.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Vale registra lucro de US$ 2,7 bilhões e cresce 11% no 3T25

30 de outubro de 2025
Ibovespa opera en alta com bancos e exterior no radar
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Ibovespa fecha em alta e renova recorde histórico com apoio do exterior

30 de outubro de 2025
Créditos: depositphotos.com / diegograndi
ECONOMIA

Governo Central tem déficit primário de R$ 14,5 bilhões em setembro

30 de outubro de 2025

Leia Mais

Banco Central mira transparência nas fintechs e alerta para carga tributária

Banco Central mira transparência nas fintechs e alerta para carga tributária

Por Redação BM&C News
8 de setembro de 2025
0

O Banco Central intensificou a vigilância sobre fintechs e operações de intermediação após episódios recentes que expuseram fragilidades fora do...

azul

Azul dispara com resultado operacional robusto em julho

Por Rafael Lara
1 de setembro de 2025
0

As ações da Azul (AZUL4) tiveram um dos desempenhos mais expressivos do mercado nesta segunda-feira (1º de setembro de 2025)....

Analistas veem cautela dos investidores após interpretação de Dino sobre lei estrangeira

“Decisão de Dino no STF aumenta cautela de investidores”, dizem especialistas

Por Redação BM&C News
20 de agosto de 2025
0

A recente decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à aplicação de leis estrangeiras no...

Curva dos Treasuries reflete incertezas sobre política monetária americana

O que a evolução dos Treasuries revela sobre juros e inflação nos EUA

Por Redação BM&C News
19 de agosto de 2025
0

O comportamento dos Treasuries desde 2022 mostra como as taxas dos títulos do Tesouro americano acompanharam a política monetária do...

Unidade de mistura de minério de ferro em porto na China

Minério de Ferro dispara com expectativa de novos estímulos na China

Por Lucas Tadeu
7 de outubro de 2024
0

O mercado de minério de ferro tem vivenciado uma alta expressiva nas últimas semanas, impulsionado por expectativas de estímulos econômicos...

Foto: MZ

Transformando dados em estratégia nas divulgações de resultados

Por Redação BM&C News
2 de outubro de 2024
0

A narrativa no mercado de capitais é muito mais do que uma simples história; ela é o fio condutor que...

Notas de 100 reais | Fonte: Pexels

30 Anos Plano Real: Como a estabilidade econômica transformou o planejamento financeiro dos brasileiros

Por Redação BM&C News
1 de outubro de 2024
0

Em 2024 celebramos os 30 anos do Plano Real, um divisor de águas na história econômica do Brasil. Antes da...

desemprego no Brasil

Como é que a taxa de emprego aumenta e o seguro-desemprego cresce?

Por Aluizio Falcão Filho
30 de setembro de 2024
0

Certos dados macroeconômicos são difíceis de entender no Brasil. Um exemplo é a recente alta de juros em um cenário...

Estratégias de investimento e desafios dos fundos multimercados em 2024

Por Lucas Tadeu
23 de setembro de 2024
0

Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, falou sobre sua trajetória e a importância de uma boa estratégia de alocação...

NГѓВєmero de apostadores no Brasil supera em 7 vezes o de investidores, aponta pesquisa do IBGE

O crescimento das apostas no Brasil e seus desafios econômicos

Por Lucas Tadeu
16 de setembro de 2024
0

O mercado de apostas esportivas e jogos de azar no Brasil está crescendo exponencialmente. Em 2023, 22 milhões de brasileiros...

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.

Bem-vindo!

Faça login na conta

Lembrar senha

Retrieve your password

Insira os detalhes para redefinir a senha

Conectar

Adicionar nova lista de reprodução

Sem resultado
Veja todos os resultados
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA
    • INVESTIMENTOS E FINANÇAS

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.