O atual cenário econômico brasileiro tem registrado uma forte oscilação na taxa Selic, a taxa básica de juros do país. Após atingir patamares significativamente altos no passado, a taxa tem apresentado uma tendência de queda. No entanto, especialistas da área financeira afirmam que o retorno a juros baixos pode demorar.
“Hoje, nós trabalhamos com uma expectativa de Selic por volta de 9 ou 9,5% para o próximo ano”, afirma Andrew Storfer, diretor de economia e membro do conselho de administração da Anefac. “Enquanto isso, os financiamentos imobiliários oferecidos pelos bancos variam em torno de 11% a 12% ao ano. Com a queda da Selic esse percentual pode sofrer um ligeiro decréscimo, situando-se na casa dos 10%.”
Comprar ou Alugar?

A discussão sobre seja mais vantajoso comprar ou alugar um imóvel ainda gera controvérsias no setor. Financeiros e influencers da área por vezes argumentam que a aquisição de um imóvel não configuraria um investimento, logo, não seria uma decisão a ser priorizada.
Contudo, Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, defende a ideia de que imóvel é um investimento como qualquer outro. “Certamente, é um bem que soma na construção do patrimônio do proprietário”, afirma o economista.
O impacto dos financiamentos
Em contrapartida, Viriato avalia que um financiamento imobiliário nem sempre é a decisão mais acertada, sobretudo quando comparado à compra à vista. Isso se deve ao fato de que o retorno que um imóvel pode oferecer ao proprietário (soma da valorização do imóvel e o aluguel, caso este seja locado) é usualmente inferior à taxa de juros cobrada no financiamento. Essa situação resulta em um rendimento negativo.
“Considerando o cenário atual, onde você adquire um bem com taxa de financiamento por volta de 10% a 12% ao ano e um retorno em torno de 6%, pode resultar em uma rentabilidade negativa”, explica Viriato.
Michael Viriato ainda expõe o chamado “paradigma da posse”, segundo o qual a posse de um bem significa que este vale mais, um conceito que não é necessariamente verdadeiro. Nesse contexto, o especialista sugere que o aluguel pode ser a opção mais viável em algumas situações.
Cabe ressaltar que, a opção entre compra e aluguel de um imóvel deve ser analisada de acordo com a realidade financeira de cada indivíduo e as condições oferecidas pelo mercado no momento da decisão.