Em um piscar de olhos, estaremos em 2024, um ano marcado por decisões cruciais para o Brasil em relação ao futuro dos recursos petrolíferos e o tão falado processo de “transição verde”. O Plano de Transformação Ecológica (PTE), um projeto mais sistemático e detalhado, deverá ser lançado pelo governo em fevereiro. Paralelamente, o Ibama deverá se posicionar sobre a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, cujo pedido, inicialmente negado, foi recorrido pela Petrobras.
Além disso, a Ministra Marina Silva (Meio Ambiente) propôs a limitação da exploração petrolífera, trazendo o assunto para um debate com projeção internacional. Mas, dois questionamentos permanecem: Há um limite sugerido para essa exploração e um prazo estabelecido? E como essa restrição poderia interagir com o Plano de Transformação Ecológica?
A Relação Entre a Expansão do Petróleo e a Sustentabilidade

A Empresa de Planejamento Energético prevê um aumento considerável na produção de petróleo nos próximos anos, saltando dos atuais 3,4 milhões de barris por dia para 4,5 milhões em 2026 e 5,4 milhões em 2032. Expansão essa que, apesar de lucrativa, levanta questões complexas sobre a exploração de novas reservas e o impacto deste crescimento na busca por alternativas de energia renovável.
Recursos aplicados na extração de petróleo implicam em menos investimentos dedicados a energia limpa e sustentável. Assim, fornecer petróleo a preços reduzidos pode dificultar a produção e utilização de formas de energia menos poluentes. Portanto, a tarefa de equilibrar a exploração de petróleo e a transição para a sustentabilidade é, sem dúvida, complexa e desafiadora.
O Compromisso do Brasil com o Meio Ambiente impacta na Economia?
Outro ponto importante a considerar é que, em 2021, 49% dos gases de efeito estufa eram provenientes de mudanças no uso da terra, principalmente desmatamento. Outros 18% vinham do uso de energia, e a indústria de resíduos era responsável por 4%. Portanto, é necessário investir em práticas mais sustentáveis, tais como a eliminação do desmatamento, a promoção da eficiência da pecuária e da agricultura, juntamente com pesquisas científicas e tecnológicas.
Investimentos nestas áreas demandarão recursos substanciais, que o Brasil, em especial o governo, atualmente não dispõe. Reafirmando a importância da discussão sobre o equilíbrio entre a exploração de petróleo e a transição para um futuro mais verde. Esse deverá ser um dos grandes assuntos de 2024.