O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, prevê um decréscimo de um ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) durante as próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a serem realizadas em janeiro e março.
Segundo Campos Neto, a estratégia para as próximas sessões do Copom está focada em conduzir a política com o menor custo possível. Na última reunião, a decisão unânime foi de que essa seria a melhor maneira de proceder.
O que significa o corte na taxa Selic?
O corte na taxa Selic se refere à diminuição do mínimo que os bancos cobram para emprestar dinheiro. Isso também está relacionado à taxa de juros que o governo paga quando emite títulos do Tesouro Nacional. Portanto, a redução na taxa Selic pode ter um impacto significativo na economia como um todo.
Campos Neto enfatizou que “Hoje, com as variáveis que temos, o mais apropriado é o ritmo de corte de 50 pontos-base nas próximas duas reuniões”. Ele também destacou que, apesar dos esforços do governo no cenário fiscal, ainda há espaço para melhora.
Quais os efeitos da redução da Taxa Selic?
Com a implementação de mais dois cortes de 0,5 ponto percentual, espera-se que a taxa de juros no Brasil chegue a 10,75% ao ano em março. Atualmente, a Selic se encontra em 11,75% ao ano, após ter experimentado quatro quedas consecutivas.
A próxima sessão do Copom está prevista para os dias 30 e 31 de janeiro de 2024. Além da discussão sobre a taxa Selic, a reunião também abordará questões sobre a inflação.
Campos Neto mostrou preocupação acerca dos possíveis efeitos negativos que um aumento descontrolado no consumo poderia trazer e destacou a necessidade de um equilíbrio entre “um consumo consistentemente subindo, com investimento consistentemente caindo”.
Segundo o presidente, não existe uma relação direta entre o ajuste fiscal e a inflação, mas sim uma série de fatores que podem influenciar as decisões tomadas pelo Comitê de Política Monetária. O cenário fiscal é importante e, apesar de não ser uma relação exclusiva, pode influenciar na expectativa de inflação.
Como resultado, a política monetária do Brasil receberá atenção contínua nos próximos meses para garantir que as decisões tomadas pelo Banco Central e pelo Copom beneficiem a economia brasileira e proporcionem condições favoráveis para o crescimento econômico e a estabilidade financeira.
Quem é Campos Neto?
De operador de derivativos a Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto de Oliveira Campos Neto, ou apenas Roberto Campos Neto, tem uma longa e bem-sucedida carreira na área econômica brasileira. Nascido em 28 de junho de 1969 no Rio de Janeiro, Campos Neto seguiu os passos de seu famoso avô, Roberto Campos, economista que comandou o Ministério do Planejamento no governo Castelo Branco (1964 – 1967) e ajudou a criar o próprio Banco Central.
Campos Neto iniciou sua carreira no Banco Bozano Simonsen, ocupando diversos cargos como operador de Derivativos de Juros e Câmbio, operador de Dívida Externa, operador da área de Bolsa de Valores e também como executivo da Área de Renda Fixa Internacional. Mais tarde, ingressou no Banco Santander, onde ocupou posições estratégicas, incluindo chefe da área de Renda Fixa Internacional e, posteriormente, chefe do setor de trading.