
Para se tornar um investidor da bolsa de valores é fundamental adquirir ações e formar uma carteira de investimentos. Uma ação representa frações do capital social de determinada empresa e, sua compra, permite acesso a um pedaço do negócio. Isto é, aos rendimentos e aos riscos. O nível de interferência e participação nos lucros depende diretamente do tipo que foi adquirido.
Atualmente existem duas classes no mercado financeiro: as ações ordinárias (ON) e as ações preferenciais (PN). Contudo, ainda tem se praticado as Units, conhecidas como certificados que funcionam como um pacote de ações ON e PN. Cada tipificação recebe um número identificador ao final do ticker. Sendo 3 para ações ON; 5,6,7 ou 8 para PN; e 11 para as Units.
O código 11, entretanto, além de indicar as Units também serve aos fundos de investimento imobiliário (FIIs), as ETFs (exchange trade funds) e os recibos dos BDRs (Brazilian Deposits Receipts) que são as ações estrangeiras negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Essa codificação facilita o acompanhamento das cotações.
Na listagem, por exemplo, quando se observa o ativo PETR3, sabe-se que se trata de uma ação ordinária da Petrobras. A fim de entender a abrangência de cada segmento e sua relevância para o mercado de capitais é preciso esmiuçar as nuances de cada tipo de ação.
Ação preferencial
Como o nome indica, essa modalidade assegura preferência aos acionistas na distribuição de proventos e reembolso de capital nas situações de declaração de falência da companhia. Dentro dessa tipificação existem ainda diferentes classes separadas por A, B, C e D. Usualmente, servem para orientar a ordem na lista de preferência onde o A é anteposto, mas cada organização possui um estatuto que versa sobre essas operações.
Embora recebam os lucros primeiro, quem investe em PN não tem direito a voto e participação nas assembleias. Em compensação costumam ter dividendos fixos permanentes, ou seja, recebimento de valores monetários previamente definidos.
Ação ordinária
O investidor que adquire uma ON obtém importantes direitos como acionista, como o poder de voto nas assembleias e a participação nas eleições e decisões administrativas. Sendo o peso desses votos proporcionais à quantidade de ações na carteira. Orientadas pelo princípio de maior governança, as ONs suportam o tag along, medida do mercado que permite aos investidores minoritários venderem ações por, no mínimo, 80% do valor pago aos majoritários.
Há na B3 uma norma de que alguns segmentos só podem emitir ações ordinárias, devido esse elevado nível de proteção aos diferentes acionistas. Até porque, assim é possível se alinhar com outros mercados, inclusive internacionais. Grandes varejistas nacionais abriram o capital para investidores como a Magazine Luiza, presidido pela empresária Luiza Trajano, que está listada como ON pelo MGLU3 e no mercado fracionário como MGLU3F.