
Neste sábado (16), o Magazine Luiza (MGLU3) completa 65 anos de história. A varejista, considerada como a favorita do mercado em seu setor, conta com uma história peculiar, de grandes altos e baixos.
Justamente por isso, a empresa entra na lista de grandes arrependimentos de muitos investidores, uma vez que o ticker já chegou a custar meros centavos e colocou muito dinheiro no bolso de acionistas. Por outro lado, após seu maior pico, a empresa acabou passando por uma enorme desvalorização, sendo muito afetada pela pandemia e mudanças econômicas mundiais.
Diante de todo esse contexto, confira a seguir, quanto você poderia ter ganho se tivesse investido na Magazine Luiza desde o início.
Valorização histórica
Apesar de ter sido criada em 1957, o Magazine Luiza só foi listado na bolsa em 2015. Nessa época, o papel MGLU3 fez sua estreia na B3 custando apenas R$ 0,03. Portanto, investidores que acreditaram na empresa, acabaram vendo ela ser valorizada em mais de 10.000% poucos anos depois, chegando a uma cotação máxima de R$ 27,34.
Sendo assim, essa valorização foi o suficiente para transformar apenas R$ 1.500 investidos em um patrimônio de mais de R$ 1,3 milhão.
De acordo com diversos analistas, a crescente vista nas ações se deu devido ao pioneirismo da companhia em habitar o cenário digital, que até então era desconhecido pela maioria das varejistas que atuavam, tradicionalmente, com a comercialização de bens duráveis no ambiente físico apenas. Somado a essa reinvenção no modelo de negócio, o Magazine Luiza também foi favorecido pelo cenário doméstico mais tranquilo, com uma inflação e taxa de juros bem menores.

Derretimento do papel
Após a valorização estrondosa do MGLU3, a empresa virou não só a queridinha de seu setor, como um case de sucesso. Vale a pena destacar que o contexto econômico foi uma peça-chave para o desenvolvimento da empresa, que passou de uma small caps para se tornar uma empresa avaliada em mais de R$ 20 bilhões.
Sendo assim, após uma série de aquisições e com o pós-pandemia, a empresa começou a descer uma ladeira, que levou os ativos a perderem mais de 70%, saindo de R$ 23,90 para R$ 7,22 no último semestre de 2021. Atualmente os ativos operam abaixo dos R$ 3.
Infelizmente, a companhia ainda tem um caminho desafiador no mercado atual, mas segue como uma das ações mais populares dentro do setor de varejo.
É hora de comprar ou vender MGLU3?
Assim como já mencionado anteriormente, a empresa continua tendo destaque em seu segmento e há aqueles que acreditam que seus dias de ouro ainda podem voltar. Pensando nisso, Paola Mello, especialista em análise de ações do varejo e sócia da GTI, avaliou quais as perspectivas para o Magalu a longo prazo.
De acordo com ela, a super valorização da empresa dificilmente se repetirá. Isso porque, de acordo com a analista, o Magalu já não conta com tanto espaço para crescimento, e além disso, ainda conta com uma competição ainda mais acirrada como o Mercado Livre, Amazone e até mesmo os players chineses.
“Essa grande valorização que a gente viu no passado foi devido a sua reinvenção do modelo de negócios. Ele saiu de um varejo de bens com ticket mais elevado, como linha branca, celulares e computadores, para passar a ser uma empresa digital. Então eles foram um dos primeiros a falar sobre multicanalidade e assim abriram uma série de vertentes de crescimento”, explicou Paola.
A analista avalia ainda que para o Magazine sair de um perspectiva negativa ele depende muito de indicadores da economia brasileira, como a queda dos juros e baixa inflação.
“Eu não compraria as ações nesse momento. O macro continua sendo desafiador e o Magazine é uma empresa que tem uma certa alavancagem e é muito intensiva em mão de obra. Acredito que ainda vamos ter dias muito difíceis para empresas desse setor. Então eu fico na ponta um pouco mais pessimista. Não teria pressa para comprar esse ativo”, finaliza a analista.