
No último domingo (10), o presidente Lula representou o Brasil no G20, uma reunião que aconteceu com os líderes das 20 maiores economias do mundo, visando discutir temas como problemas ambientais, de saúde e questões sociais. Esse ano, além de participar, o Brasil assumiu a presidência simbólica do evento, que aconteceu em Nova Délhi, na Índia.
Lula realizou um discurso, o presidente criticou o que chamou de “equívocos do neoliberalismo” e disse que o G20 não pode “deixar que questões geopolíticas sequestrem a agenda de discussões das várias instâncias” do bloco.
Para Vandyck Silveira, economista, CEO da Humaitá Digital e comentarista da BM&C News, o encontro do G20 foi protocolar, onde nada de relevante foi discutido. Além disso, ele criticou as falas de Lula e comparou o discurso final do presidente com “um discurso de miss universo”.
“Eu fiquei estarrecido com o discurso porque ele me lembrou muito aqueles discursos de miss universo, quando a gente chama as candidatas pra falar a respeito do que elas querem, que é a paz mundial e salvar os golfinhos”, diz o economista.
“Foi exatamente o que o Lula falou. Falou um número enorme de trivialidades, que são basicamente impossíveis de serem atingidas, ou até mesmo ter algum tipo de plano para que esses ítens, pobreza global, a fome global…quer dizer, são temas que entram e sai ano e a gente tá falando a respeito da mesma coisa. Esses temas não são resolvidos no fórum global e sim em fóruns nacionais e regionais, ou seja, não é problema para o G20”, explica Vandyck.
Durante a programação da BM&C News, Silveira comentou ainda que no lugar dos temas apresentados pelo presidente em sua fala, Lula deveria ter encarado problemas realmente relevantes, como a guerra que continua acontecendo na Ucrânia.
“Lula evitou falar do elefante na sala que é a questão da guerra na Ucrânia. Nós temos países como o Brasil, que claramente estão do lado da Rússia e evitam categorizar se quer a Rússia como uma autocracia, que tem dificuldades de trazer os países em desenvolvimento a se alinharem com um projeto de tentativa de paz que passa pela soberania da Ucrânia. Isso nunca foi comentado”, finaliza o economista.