
Na última quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), comunicou sua nova decisão monetária, cortando 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano. Com a decisão, a autarquia interrompe sete reuniões consecutivas com a taxa mantida em 13,75%. O corte foi uma surpresa para o mercado, que já aguardava a diminuição na taxa de juros, mas estava dividido entre uma redução de 0,25 ou 0,50 pontos porcentuais.
Para o economista e CEO Humaitá Digital, VanDyck Silveira, o corte de 0,25 p.p. na Selic era o mais apropriado, principalmente levando em consideração o cenário internacional, com o fim do ciclo de aperto monetário dos EUA e aumento das commodities. Entretanto, ele afirma entender os motivos pelos quais o BC resolveu tomar uma atitude mais agressiva.
“Existiam razões suficientes para um corte de 0,25%, que seria a minha escolha, mas também existem razões que eu compreendo para o corte de 0,50%”, disse VanDyck em participação na programação da BM&C News.
Fabio Fares, especialista em análise macro, também deu sua opinião sobre a decisão do Copom e disse não concordar com o corte adotado na taxa Selic, afirmando que para ele, esse corte inicial foi acelerado.
“O recado do mercado está dado. A bolsa sobe, a curva inclina um pouco, o que é normal. Isso porque, o BC foi um pouco mais agressivo no momento onde as expectativas de inflação ainda estão desancoradas. Só que o dólar está dando o recado, alta de 1,30%, que nada mais é do que o gringo avisando: ‘vai acabar o prêmio aqui, então eu vou buscar em outro lugar’.”
Fares finaliza sua análise explicando que a economia do Brasil acaba caindo, no que ele considera como um erro: tentar andar com as próprias pernas. “Essa foi uma decisão que tinha espaço? Era, mas não era o correto e a alta de 1,30% no dólar hoje evidencia isso”, diz Fabio.
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