
Após uma abertura de alta, o Ibovespa passou a cair na tarde desta quinta-feira (27), pressionado pelo desempenho ruim de ações ligadas a exportadoras de commodities, como a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR3;PETR4), voltando ao patamar dos 119 mil pontos.
Hoje o mercado reagiu à decisão de juros nos EUA na tarde de ontem e a decisão do Banco Central Europeu de elevar as taxas na zona do euro, movimento que já era esperado pelos investidores. Em suma, o dia foi marcado por uma agenda extensa no exterior, como a divulgação do PIB norte-americano, que cresceu mais do que o esperado no segundo trimestre de 2023.
Indicadores
Nesta quinta, o Banco Central Europeu (BCE) cumpriu o que era esperado e decidiu elevar as taxas de juros em 25 pontos-base outra vez, seguindo o ritmo de alta da última reunião e conforme antecipado pela presidente do BCE, Christine Lagarde. “A taxa de juro das operações principais de refinanciamento e as taxas de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez e da facilidade permanente de depósito serão aumentadas para 4,25%, 4,50% e 3,75% respetivamente, com efeitos a partir de 2 de agosto de 2023”, destacou o BC europeu, que manteve a abordagem das decisões “reunião a reunião” para as próximas decisões.
Nos EUA, o Produto Interno Bruto (PIB) real dos Estados Unidos também foi divulgado e registrou alta de 2,4% no 2T23 em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a leitura avançada do Departamento do Comércio. O resultado ficou acima das estimativas do mercado, que aguardavam 1,8% no período. O número do primeiro trimestre de 2023 foi de crescimento de 2,0%.
Além disso, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos também divulgou os novos pedidos de seguro-desemprego que caíram para 221 mil na semana encerrada em 22 de julho. O número ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperavam 235 mil solicitações. Na semana anterior, os pedidos somaram 228 mil, conforme dados revisados.
No cenário doméstico, tivemos a divulgação do volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) totalizou R$ 5,4 trilhões em junho, elevação de 0,1% no mês, conforme publicou o Banco Central. Esse desempenho foi influenciado, principalmente, pelo crescimento de 1,0% no crédito destinado às empresas, saldo de R$3,3 trilhões, enquanto o crédito às famílias diminuiu 0,4% no mês, situando-se em R$2,1 trilhões. Na comparação interanual, o crédito total aumentou 8,9%, evidenciando desaceleração em relação à expansão de 10,6% verificada em maio deste ano.
Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou uma queda de 2,72% em junho em relação ao mês anterior, quinto resultado negativo consecutivo, conforme mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A baixa foi maior do que a variação de -1,81% esperada pelo mercado. O acumulado no ano foi de -6,46%, o menor para um mês de junho desde o início da série histórica, em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em -12,37%, a maior queda da série histórica para esse indicador, enquanto o índice subiu 1,01% na relação com junho de 2022.
Confira abaixo o fechamento do Ibovespa e demais índices
- Ibovespa: 119.989,64 (-2,10%)
- S&P 500: 4.538,01 (-0,63%)
- Nasdaq: 14.050,11 (-0,55%)
- Dow Jones: 35.282,72 (-0,67%)
- Dólar: R$ 4,75 (+0,65%)
- Euro: R$ 5,22 (-0,49%)