
Nesta terça-feira (11), foi divulgado os dados do IPCA de junho, que caiu -0,08% no sexto mês de 2023, de acordo com o esperado pelo mercado. Os números são pauta do mercado, que além de analisar a inflação do país a longo prazo, avalia as perspectivas de queda da Selic ainda em agosto.
Mediante a esse cenário, em entrevista a BM&C News, o CIO da 3R Investimentos, Tomas Awad, deu dicas a respeito de setores promissores a longo prazo e afirmou que o varejo ainda é um setor perigoso, mesmo com perspectivas de queda na taxa básica de juros.
Para ele, apesar da queda na Selic poder ajudar a melhorar o setor, algumas outras situações no país, como o mercado de trabalho e o alto índice de inadimplência do brasileiro, ainda são indicadores fortes que indicam a continuidade na queda do varejo.
“Como a gente tem aqui uma visão mais cética em relação a crescimento, a gente acha que vai cair o juros mais a economia vai reagir muito devagar e o nível de endividamento ainda está muito alto, a gente acha que o BC, ao longo do ano que vem, vai trazer o juro real bem mais baixo, o que pode levar a uma inflação mais alta a longo prazo”, explica Awad.
Ele enfatiza que nesse cenário, o varejo ainda pode perder muito dinheiro. “Essas empresas continuaram cavando e entrando em um buraco mais fundo e aí lá na frente o juros vai ajudar, beleza, mas é lá pelo segundo ou terceiro trimestre do ano que vem, que os juros vão estar em um nível realmente um pouco mais razoável”, avalia.
Em suma, Awad finaliza mostrando quais os setores que ele acredita que serão melhores a longo prazo. “Para longo prazo a gente busca empresas que estão em um ciclo de receita razoável, ou tem algum tipo de proteção contra a inflação e que ganham com o juro real mais baixo, como empresas de concessões de estradas, que são normalmente empresas bem alavancadas, com dívidas indexadas à selic, então a hora que a selic cai elas ganham”.