
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que não irá espera o final da tramitação da reforma tributária para encaminhar a próxima fase do projeto. De acordo com o ministro, a segunda etapa precisará ser aprovada junto ao Orçamento.
“Temos que concluir a tramitação da PEC no Senado, mas não vamos aguardar o final da tramitação para mandar no Congresso a segunda fase da reforma. Ela tem que ir junto com o Orçamento”, disse Haddad, em entrevista ao portal G1. “Precisarei que o Congresso aprecie a segunda etapa junto com a peça orçamentária, que tem como pressuposto essa segunda etapa.”
Ele também comentou que se reunirá com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para conversar sobre a tramitação da reforma tributária, aprovada pela Câmara dos Deputados na última quinta-feira.
Na opinião de Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting, muitas concessões foram feitas, mas a aprovação do projeto é positivo.
“Tem coisas para serem ajustadas”, disse Latif, em entrevista à BM&C News. “Em que pese essas concessões, em que pese o IVA dual, foram várias concessões a governadores, [a reforma tributária] foi um salto importante.”
Latif também comentou sobre a segunda fase da reforma e falou sobre a importância de se discutir a desoneração da folha, principalmente para salários baixos.
“Do ponto de vista do funcionamento da economia, o ideal é avançar na discussão da desoneração da folha para quem recebe salários menores”, afirmou.
“Hoje, a ênfase está mais na proposta de reforma do imposto de renda por causa, exatamente, de arrecadação. Mas seria muito importante se ela viesse junto com essa questão da desoneração ampla, de todos os setores, da folha de trabalho. Temos alguns setores que são beneficiados, trazendo distorção para a economia. Então, o ideal seria isso não acontecer. E, obviamente, focar nos salários mais baixos também”, concluiu Zeina Latif.