
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta segunda-feira (26) que é preciso harmonizar a política fiscal e monetária para uma política econômica consistente. Em entrevista exclusiva à BM&C News, o secretário também comentou que a taxa Selic tem um impacto relevante na dívida pública.
“A política monetária tem que seguir o seu curso, mas tem impacto na trajetória da dívida. Não é simplesmente neutra. (…) Hoje, um terço da nossa dívida é 100% atrelada à Selic“, afirmou Ceron. “Como o ministro [da Fazenda, Fernando Haddad] diz, é preciso harmonizar a política fiscal e monetária para uma política econômica consistente ao longo do tempo.”
O secretário do Tesouro Nacional também comentou que as melhoras dos indicadores, como inflação e Produto Interno Bruto, refletem as entregas de medidas anunciadas pelo governo. Além disso, ele afirmou que as projeções do mercado no início do ano foram distintas, enquanto as do governo seguiram a tendência.
“Ao contrário de todas as expectativas de mercado no início do ano, as que se confirmaram, na verdade, foram as que nós sinalizamos“, disse Ceron, que comentou o processo de ajuste das expectativas para o PIB, conforme mostrou a pesquisa Focus, do Banco Central.
“Provavelmente, [as projeções do mercado] devem se aproximar de 2,5%, o que as principais casas de análise começam a sinalizar. E que nos entendemos que deve acontecer“, afirmou. “O crescimento econômico está sendo muito bom, mas está sendo puxado pelo agro, fortemente.”
O secretário evitou apontar uma opinião direta sobre quando iniciará os cortes na taxa de juros, mas apontou as projeções para os próximos meses. “Com inflação caminhando à meta, há ambiente confortável para BC revisar juros. Então, esse é um processo que deve começar em algum momento. Maioria das casas [de análise] preveem esse processo entre agosto e setembro.”