
No campo político, Hobbes, que experienciou momentos conflituosos na Inglaterra do século XVII, afirma que o indivíduo, se deseja ser livre para agir socialmente, deve, antes, ser capaz de avaliar as consequências de suas ações. As escolhas, as paixões e as ações desse sujeito revelam o que Hobbes denomina ‘desejo de poder do ser humano’.
O poder é considerado por Hobbes, semelhante ao que defende Weber, como consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem, ou seja, uma combinação de fatores, tais como a dominação da natureza e de outro homem, que visam a alcançar os efeitos desejados, por exemplo: a imposição da vontade de um sujeito em detrimento da vontade de outro, essa ação determina comportamentos.
No cenário político brasileiro, as palavras de Hobbes ressoam como um eco do passado, fornecendo insights cruciais para entender o contexto atual. Neste texto, mergulharemos na análise das relações de poder no Brasil, explorando as escolhas, paixões e ações dos atores políticos, à luz das teorias de Hobbes e Weber.
Hobbes nos lembra que o indivíduo deve ser capaz de avaliar as consequências de suas ações para ser livre para agir socialmente. Esse princípio fundamental revela o que o filósofo chamou de “desejo de poder do ser humano”. No contexto político brasileiro, essa busca pelo poder é evidente em todas as esferas, desde a política partidária até as interações entre diferentes atores políticos. As ambições individuais, os jogos de poder e as estratégias de conquista são componentes intrínsecos da política brasileira.
Hobbes e Weber concordam que o poder consiste em meios adequados para obter vantagens e impor vontades. Essa combinação de fatores envolve a dominação da natureza e de outros seres humanos, buscando alcançar efeitos desejados. No entanto, é crucial entender que, segundo Hobbes, o poder político pertence à categoria do poder do homem sobre outro homem, não sobre a natureza. Essa dinâmica de poder se manifesta nas relações permeadas pela linguagem política entre governantes e governados, soberanos e súditos, Estado e cidadãos, autoridade e obediência.
No Brasil, essa relação de poder se desdobra em múltiplas formas. A política é marcada por interesses diversos, disputas acirradas e uma complexa rede de alianças. A relação entre governantes e governados muitas vezes apresenta assimetrias e desequilíbrios, em que a imposição da vontade de alguns indivíduos prevalece sobre a vontade de outros. Essa realidade tem impactos diretos nas decisões políticas, na implementação de políticas públicas e na percepção de representatividade por parte dos cidadãos.
Nesse sentido, o contexto político atual do Brasil apresenta desafios significativos. A polarização ideológica, a corrupção, a falta de transparência e a descrença na classe política são apenas alguns dos obstáculos que minam a confiança da população nas instituições democráticas. No entanto, é importante destacar que a democracia é um processo em constante evolução e que, apesar dos desafios, há perspectivas de mudança. A participação ativa da sociedade civil, o fortalecimento dos mecanismos de prestação de contas, a promoção da transparência e o incentivo à ética na política são elementos essenciais para uma transformação positiva.
Ao examinar o contexto político atual do Brasil à luz das teorias de Hobbes e Weber, fica evidente que a busca pelo poder é uma força motriz na política brasileira. Compreender as implicações desse desejo de poder nos ajuda a enxergar além das aparências e a refletir sobre os desafios e as perspectivas para o país. Ao mesmo tempo, é fundamental reconhecer que é por meio do engajamento cívico, da responsabilidade coletiva e da luta por uma política mais ética e justa que poderemos superar os obstáculos e construir um futuro político mais promissor para o Brasil e para seus cidadãos.
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