
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reiterou as intenções de combate à inflação, sem aliviar muito o tom dos recados, mas com algumas sinalizações ao governo. Nesta terça-feira (9), o documento reiterou que não há relação mecânica entre o arcabouço fiscal e a política monetária, além de enfatizar que as expectativas de inflação seguem desancoradas.
“As expectativas de inflação seguem desancoradas, em parte relacionado ao questionamento sobre uma possível alteração das metas de inflação futuras“, afirmou o BC.
Na última quarta-feira (3), o Copom optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Com a decisão, a autarquia segue pela sexta reunião consecutiva com a taxa nesse patamar.
O BC, em contrapartida, fez novas sinalizações ao governo, ao afirmar que a apresentação de projetos, como a nova regra fiscal, reduz a incerteza em relação à dívida pública, mas fez ressalvas.
“No balanço de riscos, além dos fatores já mencionados, o Comitê avalia que a probabilidade de os cenários mais extremos de trajetória da dívida pública se reduziu, mas notou também que não houve mudança relevante nas projeções de inflação uma vez que as expectativas não se alteraram de forma significante”, mostrou a ata.
Assim como fez no último documento, o Copom pediu “paciência” para a condução da política monetária: “O Copom enfatizou que a execução da política monetária, neste momento, requer serenidade e paciência para incorporar as defasagens inerentes ao controle da inflação através da taxa de juros e, assim, atingir os objetivos no horizonte relevante de política monetária”.
A ata do Copom vem após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter indicado o próprio secretário executivo, Gabriel Galípolo, para ser diretor de política monetária do Banco Central. “Primeira vez que ouvi nome de Galípolo para BC foi de Campos Neto. Ele é indicado de Lula para a diretoria de Política Monetária”, disse Haddad.